Resquícios de 2008, recessão em W, ou início de uma grande depressão?

Ibovespa

O índice segue uma desvalorização que ocorre a nível mundial. Perdeu o suporte na faixa de 62.700-63.000 pontos e encontra algum enrosco na casa entre 62.300 e 62.500 pontos, mas deve continuar seguindo os passos de Wall Street. Mais para baixo, a próxima referência se encontra nos 61.658 pontos, antes de mirar nos 60.055. Para vislumbrar uma reversão da trajetória baixista, tem que, primeiramente, superar os 65.000 pontos, para depois pensar em buscar os 66.500 pontos.
Resquícios de 2008, recessão em W, ou início de uma grande depressão?A nação que responde por quase um quarto do PIB planetário continua a lançar trevas sobre os rumos da economia global. Sucedendo aos fracos números do mercado de trabalho, que vieram à tona na semana retrasada, na última terça-feira foi o próprio presidente do Fed, Ben Bernanke, quem jogou água gelada sobre as perspectivas norte-americanas. Para completar, a agência de classificação de riscos Fitch fez coro com autoridades chinesas ao alertar os Estados Unidos sobre os estragos irreparáveis que um calote em dívidas soberanas de Tio Sam, com vencimento em agosto, poderia ocasionar. Enquanto isso, seguem os embates no parlamento sobre cortes no orçamento, sem que seja aprovada a elevação do limite de endividamento do Tesouro, o que ameaça paralisar o governo daqui a dois meses. A situação mundial adquire contornos de uma verdadeira sinuca de bico. O pessimismo ganha corpo, ao passo que se começa a desenhar um novo mergulho recessivo.
Apesar de assegurar a manutenção da política acomodatícia do órgão, o mandatário do banco central americano não acenou com uma nova rodada de flexibilização quantitativa. A interrupção do programa de compras de títulos do Tesouro tenderia a dificultar, ao menos a princípio, a recuperação econômica do país. Além da fraqueza dos mercados de trabalho e imobiliário, do altíssimo endividamento de empresas, indivíduos, governos estaduais e central, a inflação americana já está no maior patamar desde 2008 – 3,2% ao ano, medida em abril.
Observa-se que, desde o começo da década de 80, a trajetória da taxa referencial de juros de curto prazo nos Estados Unidos (a Federal Funds Rate) é consistentemente decrescente, até chegar ao mínimo possível (os atuais 0 a 0,25%), onde se encontra há dois anos e meio. De 2008 para cá, para potencializar a sua agressiva política expansionista, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) lançou mão de rodadas de compras de títulos do Tesouro americano, chamadas de QE1 e QE2 (quantitative easing, em inglês), por meio das quais já despejou mais de US$ 2 trilhões na economia. A QE2 termina no fim deste mês.


fonte: P.G ( JC )

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