Bolsas europeias caem em meio a temores de recessão mundial


As bolsas europeias caíram nesta segunda-feira, lideradas por Frankfurt, que teve baixa de mais de 5%, devido a novos temores sobre uma recessão mundial e um agravamento da crise da dívida europeia.
A principal praça alemã fechou com perdas de 5,28%, a bolsa de Paris caiu 4,73% e abaixo dos 3.000 pontos pela primeira vez desde 10 de julho de 2009. Milão cedeu 4,83%, Madri, 4,69%, e Londres, 3,58%. Todas elas tinham terminado no negativo na última sexta-feira.
"Os investidores começaram a semana na defensiva, com fortes perdas em todos os índices de ações europeus, devido a inquietações em relação ao crescimento mundial", afirmou Joshua Raymond, analista da City Index.
Os mais afetados foram as ações do setor bancário, que caíram em consequência da ação impetrada na sexta-feira pelo governo dos Estados Unidos contra 17 bancos e instituições financeiras de todo o mundo por fraude na concessão de créditos hipotecários de risco, as chamadas "subprimes".
Em Londres, o Royal Bank of Scotland (RBS) perdeu 12,32%, o Lloyds, 7,46%, e o Barclays 6,69%; em Frankfurt, o Deutsche Bank caiu 8,86%. A cotação do Société Générale na Bolsa de Paris caiu 8,64%, Crédit Agricole, 5,51%, e BNP Paribas, 5,46%.
Além da ação americana, os bancos foram arrastados pelo medo dos investidores em relação a novos problemas com a dívida grega e no caso do Reino Unido, a incerteza sobre as consequências da próxima reforma do setor bancário no país.
"O setor bancário continua sob pressão", declarou Manoj Ladwa, da corretora ETX Capital. "As possibilidades de uma recuperação de curto prazo continuam sendo fracas devido ao peso que têm no setor as preocupações sobre a dívida da Zona Euro, as reformas estruturais e a ação judicial americana."
O diferencial do rendimento dos títulos espanhóis em relação aos papéis alemães atingiu os 341 pontos básicos, e o da Itália os 370 pontos, um nível que não era visto desde agosto, quando o Banco Central Europeu (BCE) teve de anunciar a compra da dívida pública de países da Zona Euro para acalmar os mercados.
Por sua vez, os contratos de seguros contra não pagamentos, os chamados CDS, de França e Itália, alcançaram nesta segunda-feira um novo recorde histórico, o que reflete a preocupação dos investidores sobre as dificuldades para resolver a crise da dívida na Zona Euro.
Os "credit default swaps" (CDS) da França chegaram a 180 pontos básicos, o que significa que é necessário desembolsar 180 mil dólares por ano para garantir 10 milhões de dólares de dívida do Estado francês em cinco anos. Mais que o do Peru ou das Filipinas.
Os CDS da Itália também alcançaram um novo recorde a 417 pontos básicos, enquanto o da Alemanha subia 82 pontos, e da Espanha 406 e o da Grécia 2.287 pontos.
Na Ásia, as bolsas continuaram a mesma tendência que os mercados europeus. Hong Kong fechou com perda de 2,95%, Xangai de 1,96% e Tóquio de 1,86%.
Na semana passada, os dados ruins sobre o emprego americano já provocaram fortes quedas no mercado de ações. Esses dados mostraram que a economia dos Estados Unidos deixou de criar empregos no mês de agosto, o que alimentou o temor de que a maior economia do mundo entrasse em recessão.
Wall Street não operava nesta segunda-feira, feriado nos Estados Unidos.
Diante dessa onda de más notícias, o euro caía frente à moeda americana, e ficava cotado em torno dos 1,41 dólar, contra 1,4203 dólar na sexta-feira às 21h00 GMT (18h00 de Brasília), após ter chegado a cair brevemente para 1,4061 dólar, seu piso desde 5 de agosto.
Outro dos ativos de refúgio por excelência, o ouro, voltou a superar brevemente, durante a manhã, o teto psicológico dos 1.900 dólares a onça, aproximando-se de seu recorde de 23 de agosto, quando atingiu 1.913,50 dólares.
O petróleo também perdia 1,63 dólares em Londres, a 110,70 dólares, e 2,25 dólares em Nova York, a 84,20 dólares.

Fonte: JB

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