Segundo o Fundo, o
preço dos imóveis subiu 7,4% no Brasil, um dos países onde o fenômeno de alta
acima da média dos salários é mais grave.
O Fundo Monetário Internacional (FMI)
advertiu para a necessidade de medidas urgentes para evitar uma nova crise
imobiliária na economia global. Para o fundo, os países precisam agir para para
conter a elevação dos preços acima da média histórica, fenômeno que atinge
principalmente o Brasil, China e as Filipinas."As ferramentas para conter
os preços dos imóveis ainda estão se desenvolvendo, mas isto não deve ser
desculpa para a falta de ação", disse o sub-diretor gerente do FMI, Min
Zhu. "Os preços dos imóveis residenciais em muitos países continuam muito
acima da média histórica em relação à elevação dos salários e dos
aluguéis", acrescentou.
Zhu lançou a advertência em um discurso
pronunciado durante a reunião do Bundesbank, o Banco Central alemão, na semana
passada. A íntegra do pronunciamento foi publicada na página do FMI na internet
nesta quarta-feira, 11. Na visão do FMI, a aceleração do preço dos imóveis
acima dos preços atuais já elevados é uma das maiores ameaças à estabilidade da
economia global."A habitação é um setor essencial da economia, mas também
uma fonte de vulnerabilidade e crises. Portanto, enquanto a recente recuperação
dos mercados imobiliários é um bom passo, devemos permanecer atentos para
evitar um novo boom insustentável", afirmou Zhu.
Alta
dos preços.
Segundo dados do FMI, o preço da habitação
cresce mais rápido nos mercados emergentes, com altas que superam os 10% a cada
ano nas Filipinas, 9% na China e 7% no Brasil. Com a recessão global, os bancos
centrais reduziram as taxas de juros a mínimas históricas, o que elevou os
preços dos imóveis a níveis que, segundo o FMI, representam um risco
significativo para as economias tão diversas como Hong Kong e Israel. Os preços
das habitações estão também acima da média histórica em países como Austrália,
Bélgica, Canadá, Reino Unido, Noruega e Suécia. No Canadá, o preço da habitação
está 33% acima da média histórica em relação aos salários e 87% acima da média
dos alugueis. No Reino Unido a alta é 27% acima dos salários e 38% acima da
média dos alugueis. O mercado imobiliário mais barato do mundo é o do Japão,
onde a habitação custa 41% menos que a média histórica em relação aos salários
e 38% abaixo da média dos alugueis. Nos países do Sul da Europa mais afetados
pela crise os preços dos imóveis caíram: 7% na Grécia em relação ao ano anterior,
6,6% na Itália e 5% na Espanha.
Fonte:
Estadão
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