Nos seis primeiros
meses de 2014, US$ 4,14 bilhões ingressaram no país. Expectativa dos
economistas é de alta do dólar no segundo semestre.
A entrada de dólares da economia brasileira
superou a retirada de recursos do país em US$ 4,14 bilhões no primeiro semestre
deste ano, segundo números divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Banco
Central. É o menor ingresso líquido de recursos na economia brasileira, no
primeiro semestre de um ano, desde 2010 (+US$ 3,36 bilhões), ou seja, em quatro
anos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi
contabilizada a entrada de US$ 9,53 bilhões no país, houve uma queda de 56%. Mesmo
pequena, a entrada de recursos registrada no primeiro semestre deste ano
favoreceu, em tese, a queda do dólar. Isso porque, com mais moeda
norte-americana no mercado, seu preço tende a ficar menor. Nos seis primeiros
meses deste ano, de fato, o dólar registrou queda. No final de 2013, estava
cotado em R$ 2,35, passando para R$ 2,21 no fechamento de junho. O recuo foi de
6,26% no período.
Outros
fatores que influenciaram o dólar
De acordo com análise de Sidnei Nehme,
economista da NGO Corretora, com a sinalização do Federal Reserve (BC
norte-americano) de que demoraria um pouco mais a retirada dos estímulos à
atividade nos Estados Unidos no começo deste ano, ocorreu a possibilidade dos
investidores especuladores estruturarem operações de “carry trade” (trazerem
recursos para o Brasil por conta dos juros altos) e aproveitarem o
"momento de oportunidade que havia na Bolsa brasileira com preços
debilitados e na rentabilidade do juro que voltara a ser elevado". Outro
fator, segundo ele, que também influenciou a cotação do dólar foi a
continuidade das intervenções no câmbio por parte do BC no primeiro semestre. A
instituição manteve os leilões de contratos de "swap cambial" –
contratos que permitem a compra de dólares no mercado futuro e são feitos para
conter a alta da cotação –, também têm impacto no preço do dólar no mercado à
vista. Recentemente, o BC anunciou que manterá as intervenções diárias no
mercado futuro de câmbio até o fim deste ano.
Perspectivas
para o segundo semestre
Os analistas do mercado financeiro
acreditam que o dólar terá alta no segundo semestre deste ano. Pesquisa
realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, na
semana passada, revela que a previsão dos economistas para o dólar, no fim
deste ano, é de R$ 2,40, o que representaria uma alta de 8,6% no segundo
semestre de 2014. Nehme, da NGO Corretora, avalia que, com fraco desempenho da
atividade econômica e com as agências de classificação de risco (rating) já observando
o Brasil mais de perto, tende a ocorrer um "movimento reversivo de
recursos, em especial especulativos, que adentraram o país no 1º
semestre". No futuro, a saída de moedas tende a pressionar mais o dólar no
mercado à vista. Para ele, a previsão de analistas para a moeda norte-americana
de R$ 2,40 no fim deste ano é "conservadora".
Resultado
de junho e início de julho
Os números do BC mostram que, em junho, a
entrada de dólares na economia brasileira superou a retirada de recursos em US$
118 milhões. No início de julho, entretanto, saiu US$ 1,6 bilhão. Este
movimento ocorreu até a última sexta-feira (4), ou seja, em apenas quatro dias
úteis. Já no acumulado deste ano, até 4 de julho, entraram US$ 2,53 bilhões no
país. Em igual período do ano passado, US$ 8,46 bilhões haviam ingressado da
economia brasileira. Houve, portanto, uma queda de US$ 5,92 bilhões na entrada
de recursos neste ano.
Fonte:
G1
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