Conselho da Oi aprova possibilidade de converter dívida em ações

Comunicado divulgado nesta quarta-feira (1) diz que conversas com credores para solucionar impasse 'estão evoluindo'.

O Conselho de Administração da Oi, operadora em recuperação judicial, informou nesta quarta-feira (1) que autorizou a diretoria da empresa a continuar com as negociações com os credores, incluindo a possibilidade de converter parte da dívida da companhia em ações.

"O Conselho autorizou a Diretoria da Oi a prosseguir com entendimentos junto aos credores, aprofundando alguns itens críticos, incluindo, dentre outros, a possibilidade de conversão de parte da dívida em ações (equity)", disse a operadora em comunicado.

Segundo a empresa, as interações com credores "estão evoluindo". Em nota, a Oi informou que continuará reunindo-se regularmente com seus credores, demais stakeholders e potenciais investidores, "com vistas a reunir impressões, comentários e sugestões".

Um grupo de credores da Oi apoiados pelo bilionário egípcio Naguib Sawiris revelou em dezembro uma proposta alternativa para a recuperação judicial da Oi. O plano previa que os credores assumiriam o controle da Oi em uma operação de troca de dívida por ações na qual R$ 24,82 bilhões em dívida seria trocada por 95% do patrimônio líquido da operadora

Na última sexta-feira (27), a Pharol SGPS, antiga Portugal Telecom e maior acionista da Oi , disse que não apoiará nenhum plano alternativo de reorganização para a empresa.

Pedido de recuperação

Em junho de 2016, a Oi pediu recuperação judicial, incluindo no processo um total de R$ 65,4 bilhões em dívidas. A Oi é a maior operadora em telefonia fixa do país e a quarta em telefonia móvel, com cerca de 70 milhões de clientes.

A recuperação judicial é o mecanismo através do qual as empresas em dificuldade financeira tentam reestruturar a dívida com credores. A lei 11.101, sancionada em 9 de fevereiro de 2005 pelo Presidência da República, regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade.

Histórico da empresa

A Oi nasceu da reestruturação da antiga Telemar, em março de 2007, quando assumiu o mercado na região Sudeste (exceto São Paulo), Nordeste e demais estados do Norte.

Desde 1997, a telefonia fixa no Brasil estava dividida em três áreas pela provatização do setor de telecomunicações, com a pulverização da Telebrás. A Brasil Telecom ficou com os estados do Sul, do Centro-Oeste e com os estados do Acre, Rondônia e Tocantins e a espanhola Telefônica ficou com o mercado paulista.

Em 2008, a Oi uniu-se à Brasil Telecom para criar uma "supertele verde e amarela", operadora de atuação quase nacional, com sócios majoritários brasileiros. A mudança afetou mais de 20 milhões de clientes das duas companhias, em um negócio de R$ 5,86 bilhões, acima das expectativas de mercado.

Problemas com a Portugal Telecom

Em 2013, a empresa anunciou com a Portugal Telecom (PT) um processo de fusão para criar uma empresa chamada CorpCo, que previa um aumento de capital de pelo menos R$ 13,1 bilhões na operadora brasileira. O negócio surgiria para ajudar a controlar a dívida crescente da empresa.

Mas no ano seguinte, a empresa portuguesa pediu para reformular sua fusão com a Oi ao assumir que teria dificuldades em recuperar os € 900 milhões investidos em títulos da holding Rioforte, do colapsado Grupo Espírito Santo (GES), um dos acionistas da PT.

O objetivo era amortecer o impacto que da falta de pagamento no projeto de ambas empresas. Afundada em seus próprios problemas financeiros, a Portugal Telecom teve sua participação na Oi reduzida para 25,6% desde então.

Em 2014, a Oi contratou o BTG Pactual para tentar fazer uma oferta pela TIM Participações, num esforço para não ficar à margem na consolidação em curso no setor de telecomunicações no Brasil, mas o negócio não vingou. A LetterOne, empresa de investimento do bilionário russo Mikhail Fridman, desistiu do negócio após ter proposto investir até US$ 4 bilhões no negócio.

Depois do fracasso da fusão com a TIM, veio a tentativa de reestruturar a dívida da Oi. No final de maio, a Anatel aprovou a troca de multas não pagas pela Oi por um programa de investimentos ao longo de quatro anos estimado em R$ 3,2 bilhões.






Fonte: G1.

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