Banco Central indica redução no ritmo de queda de juros em ata do Copom.

Autoridade monetária sugere que taxa está abaixo do ponto neutro, ou seja, estimula inflação.

BRASÍLIA - O Banco Central sinalizou uma queda moderadamente menor no próximo encontro do Comitê de Político Monetário (Copom), ou seja, de 0,75 ponto percentual. E indicou que o encerramento do ciclo de corte de juros deve ser feito de forma gradual e não abruptamente.

Mais uma vez, o Copom afirmou em sua ata que — em momentos como o atual com inflação baixa e de recuperação do crescimento econômico — o receituário é manter juros abaixo do ponto neutro, ou seja, num patamar tão baixo que seja capaz de estimular a inflação. Isso significa que o Banco Central, agora, trabalha para aumentar os preços para cumprir a meta de manter o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,5% no ano que vem.

“O Comitê entende que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”, disse o BC na ata. “O Comitê enfatiza que o processo de reformas, como as recentes aprovações de medidas na área creditícia, e de ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural”.

Os diretores se referiram ao fato de o Congresso Nacional ter aprovado a mudança de taxa de juros do BNDES na semana passada. Sem esperanças de avançar rapidamente na aprovação da reforma da Previdência, o BC lembra a importância das concessões para a retomada do crescimento.

"Os membros do Copom destacaram a importância de outras iniciativas (como os recentes anúncios de privatização e concessões) e investimentos em infraestrutura que visam aumento de produtividade, ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de negócios. Esses esforços são fundamentais para a retomada da atividade econômica e da trajetória de desenvolvimento da economia brasileira".

A importância das reformas, entretanto, foi ressaltada cinco vezes no documento. Nele, o Banco Central aponta a necessidade de ter compromisso com as mudanças para diminuir os chamados “prêmio de risco” que os investidores cobram para entrarem no país. O Copom chama atenção para um possível reversão no quadro internacional. Com as reformas feitas, o Brasil estaria mais preparado para possíveis turbulências.

“Todos os membros do Comitê voltaram a enfatizar que a aprovação e implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira são fundamentais para a sustentabilidade do ambiente com inflação baixa e estável, para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia, com amplos benefícios para a sociedade”, afirmou o Copom.

Os dados divulgados na semana passada pelo IBGE só corroboram para uma baixa dos juros no Brasil. A inflação perdeu ainda força. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem tido resultados melhores do que os economias previam.

Por isso nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de apenas 2,46%. É o menor patamar desde o início do Plano Real. A meta para o ano é de 4,5% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.


Fonte: Jornal o Globo

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