Oi encerra 3º trimestre com primeiro lucro em dois anos.

Tele tem ganho de R$ 217 milhões, com câmbio e melhora no caixa.

Com a desvalorização cambial e uma melhora na geração de caixa, a Oi registrou, no terceiro trimestre, seu primeiro lucro em dois anos. Entre julho e setembro, a tele carioca obteve ganho de R$ 217,5 milhões, o primeiro resultado positivo desde o terceiro trimestre de 2015. No mesmo período de 2016, a empresa teve prejuízo de R$ 1,267 bilhão. No entanto, apesar do lucro no trimestre passado, a Oi, em processo de recuperação judicial, acumula perdas de R$ 2,920 bilhões nos primeiros nove meses do ano — contra prejuízo de R$ 3,3 bilhões no mesmo período de 2016.

No terceiro trimestre, a geração de caixa operacional, medida pelo Ebtida, ficou em R$ 1,6 bilhão, alta de 4,1% em relação ao mesmo período de 2016. No acumulado do ano, são R$ 4,890 bilhões, avanço de 4,8% na mesma comparação. A previsão é terminar 2017 com R$ 5 bilhões. Um dos principais fatores para elevar o resultado foi centrado no corte de custos, disse o presidente da Oi, Marco Schroeder. Ele destacou a queda de R$ 1,5 bilhão nas despesas nos primeiros nove meses do ano:

— O resultado da Oi foi impactado com a desvalorização do dólar frente ao real no terceiro trimestre. Como temos dívida em dólar, isso gerou impacto positivo. Mas foi algo pontual, embora a redução dos custos e a melhora da geração de caixa tenham contribuído. A solução da Oi passa por aprovar seu plano de recuperação judicial e reestruturar sua dívida.

A dívida líquida ficou em R$ 44,1 bilhões, pouco abaixo dos R$ 44,5 bilhões do trimestre anterior e acima dos R$ 41,2 bilhões do terceiro trimestre de 2016.

— A despesa financeira é alta. Para mudar esse balanço, só com o plano de recuperação judicial aprovado — afirmou Schroeder.

Além dos problemas decorrentes do processo de recuperação judicial, a Oi ainda sente os reflexos da crise econômica e do avanço da concorrência. A empresa terminou o terceiro trimestre com 62,931 milhões de clientes, queda de 7,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O maior recuo foi no total de usuários do pré-pago: 12,1%. Na telefonia fixa, o recuo foi de 6,2%, e no segmento corporativo, de 1,4%. Mas houve avanço em TV por assinatura (16,2%), banda larga (0,8%) e pós-pago (0,3%). A receita líquida de serviços foi de R$ 5,863 bilhões no trimestre, queda de 4,7%.

PLANO DE RECUPERAÇÃO PREOCUPA Segundo um analista do setor de telefonia, a maior preocupação em relação à Oi é resolver a reestruturação de sua dívida total, de cerca de R$ 64 bilhões.

— Não adianta, hoje, olhar para o resultado financeiro da Oi, pois está tudo em compasso de espera por conta do processo de recuperação judicial. Operacionalmente, a companhia vem conseguindo cortar custos, mas a dívida afeta todo o dia a dia da empresa — afirmou o analista, que não quis ser identificado.

A Assembleia de Credores vem sendo adiada em meio aos embates entre Conselho de Administração, diretoria e os próprios credores. A previsão, agora, é de que ela corra no início de dezembro, com segunda convocação em fevereiro.

— Precisamos virar a página da recuperação judicial, pois estamos há praticamente um ano e meio nesse processo — afirmou Schroeder. — A Oi já mostrou às diversas partes envolvidas que vem apresentando uma performance operacional consistente e há inclusive grandes investidores dispostos a aportar dinheiro novo no negócio.


Fonte: Jornal o Globo

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