Inflação de março é a mais fraca para o mês desde implantação do Real

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de apenas 0,09% em março, bem abaixo dos 0,32% de fevereiro, informou o IBGE.


São Paulo – O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação no país, foi de apenas 0,09% em março.
O número veio abaixo dos 0,32% de fevereiro e da expectativa de 0,12% em pesquisa da Reuters com economistas.
Também foi o menor IPCA para o mês de março desde a implantação do Plano Real. Em março de 2017, a inflação foi de 0,25%.
Os números foram divulgados na manhã desta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 2,68%, queda em relação aos 2,84% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
A taxa segue abaixo do piso da meta, já que o governo busca oficialmente uma inflação de 4,5% no ano com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (3%) ou para cima (6%).
A inflação fraca reforça a aposta em um novo corte de juros de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom, marcada para os dias 15 e 16 de maio.
Grupos
Uma das principais contribuições para a taxa baixa foi a queda de 15% no preço das passagens aéreas, impactando no grupo Transportes que foi de 0,74% em fevereiro para -0,25% em março. Só esse item contribuiu sozinho negativamente com -0,07 ponto percentual na taxa final.
“Se considerarmos janeiro e fevereiro como meses de férias, a tendência é de os preços caírem em março, com a volta às aulas”, diz o gerente do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Fernando Gonçalves, em nota.
Os combustíveis também são parte do grupo que apresentou queda no mês (-0,04%), com destaque para a gasolina que caiu 0,19% na média com variações regionais de -4,69% em Recife a 2,59% em Fortaleza.
Outro grupo que puxou a taxa para baixo foi Comunicação, que passou de 0,05% em fevereiro para -0,33% em março com impacto da redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas, de fixo para móvel, desde 25 de fevereiro.

O que pesou nesse grupo foi a alta de 1,06% no plano de saúde, que contribuiu sozinha com 0,04 p.p. na taxa final – o segundo maior impacto individual de março.
Alimentação e Bebidas, o grupo com maior peso no índice, passou de uma queda forte de 0,33% em fevereiro para uma alta de 0,07% em março.
As frutas tiveram alta de 5,32% com impacto da sazonalidade da oferta, contribuindo sozinhas com 0,05 p.p. para o índice mensal.
Mas também houve quedas fortes em itens como carnes (-1,18%), tomate (-5,31%) e frango inteiro (-2,85%), destaca a nota de Gonçalves.
No grupo Habitação, a alta de 0,19% foi puxada por uma alta de 0,67% na energia elétrica com influência de reajustes nas tarifas das concessionárias do Rio de Janeiro, em vigor desde 15 de março.
Já Saúde e Cuidados Pessoais teve a maior alta mensal (0,48%) com impacto positivo de 0,06 p.p. na taxa final.

GrupoVariação fevereiro, em %Variação março, em %
Índice Geral0,320,09
Alimentação e Bebidas-0,330,07
Habitação0,220,19
Artigos de Residência0,030,08
Vestuário-0,380,33
Transportes0,74-0,25
Saúde e cuidados pessoais0,380,48
Despesas pessoais0,170,05
Educação3,890,28
Comunicação0,05-0,33
GrupoImpacto fevereiro, em p.p.Impacto março, em p.p.
Índice Geral0,320,09
Alimentação e Bebidas-0,080,02
Habitação0,030,03
Artigos de Residência0,000,00
Vestuário-0,020,02
Transportes0,13-0,05
Saúde e cuidados pessoais0,050,06
Despesas pessoais0,020,01
Educação0,190,01
Comunicação0,00-0,01
Fonte: Exame

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