Bradesco fecha trimestre com lucro em alta e inadimplência menor





O Bradesco obteve lucro líquido recorrente de R$ 6,238 bilhões no primeiro trimestre de 2019, aumento de 22,3% na comparação com o montante obtido no mesmo período do ano anterior. O resultado superou as estimativas de analistas consultados pelo Valor, que projetavam ganho médio de R$ 6,090 bilhões para o banco. O lucro líquido contábil subiu 30,3%, para R$ 5,82 bilhões.


A margem financeira total do Bradesco alcançou R$ 14,087 bilhões entre janeiro e março de 2019, com queda de 4,7% em relação ao quarto trimestre do ano anterior e alta de 4,2% frente ao primeiro trimestre de 2018.



As despesas com provisões para perdas no crédito, incluindo baixas contábeis de títulos financeiros, recuaram 8,4% perante um ano antes, ficando em R$ 3,604 bilhões. Houve queda de 4,8% em relação ao último trimestre de 2018.


As receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 8,074 bilhões no trimestre, um aumento de 2,4% ante igual período do ano passado. 


O resultado das operações de seguros, previdência e capitalização totalizou R$ 3,826 bilhões de janeiro a março, o que representa aumento de 22,4% frente ao primeiro trimestre de 2018.



O Bradesco apontou ainda que teve retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROAE, na sigla em inglês) de 20,5% no primeiro trimestre deste ano. O indicador de rentabilidade aumentou 0,8 ponto percentual na comparação com o apurado no trimestre final de 2018 e de 1,9 ponto ante os três primeiros meses daquele mesmo ano.



O índice de Basileia, uma medida de capital bancário, estava em 18,1% no fim de março, ante 17,8% em dezembro de 2018 e 15,9% no encerramento do primeiro trimestre de 2018.



O Bradesco apontou também que a carteira de crédito expandida do banco, que inclui avais, fianças e títulos, chegou ao fim de março em R$ 548,294 bilhões. O volume representa elevação de 3,1% em relação a dezembro de 2018 e de 12,7% na comparação com o término do primeiro trimestre daquele ano.

Se excluída a variação cambial dos três meses encerrados em março, que afeta sobretudo operações com grandes empresas, o crescimento anual teria sido de 11,4%.


"A carteira de crédito de março de 2019, que registrou evolução positiva no trimestre e em 12 meses, foi impulsionada tanto pelas operações com pessoas jurídicas quanto pelas operações de pessoas físicas, com destaque parta as operações de financiamento ao consumo (crédito pessoal, consignado e veículos) e financiamento imobiliário, que apresentaram novamente, crescimento de dois dígitos no comparativo de 12 meses", diz o relatório de administração.

O banco obteve desempenho positivo tanto no segmento de pessoas físicas quanto no de empresas. A carteira de pessoas físicas somava R$ 200,164 bilhões no encerramento do primeiro trimestre de 2019, aumento de 2,8% em três meses e de 12,6% em um ano. O portfólio de pessoas jurídicas, por sua vez, teve ampliação de 3,3% em relação a dezembro de 2018 e de 12,7% na comparação com março do ano passado, chegando a R$ 348,130 bilhões.

Inadimplência O Bradesco fechou o primeiro trimestre com inadimplência em queda. A taxa de operações com atraso superior a 90 dias era de 3,27% no fim de março, ante 3,51% em dezembro de 2018 e 4,4% em março do ano passado.

No segmento de pessoas físicas, a taxa de calotes baixou para 4,33% do estoque de crédito desse grupo. O indicador diminuiu 0,1 ponto percentual em três meses e 0,77 ponto em um ano. 

Na carteira de grandes empresas, a inadimplência recuou para 0,97% no fim do primeiro trimestre de 2019, de 1,46% em dezembro de 2018 e 2% em março do ano passado. A inadimplência de micro, pequenas e médias empresas fechou março em 4,19%, o que representa queda de 0,06 ponto percentual no trimestre e de 1,91 ponto em 12 meses. O índice de cobertura acima de 90 dias estava em 269,2% no fim de março, ante 245,3% em dezembro.

No caso da inadimplência de curto prazo, o Bradesco teve aumento no índice de inadimplência de curto prazo, que foi para 4,54% em março ante 4,31% em dezembro. O movimento foi atribuído pelo banco à sazonalidade. Em março do ano passado, o indicador estava em 5,2%.

A subida foi mais forte entre pessoas físicas, que costumam ter mais gastos no início do ano. A taxa de operações com atraso entre 15 e 90 dias ficou em 5,33% nesse segmento, o que mostra alta de 0,57 em três meses e recuo de 0,07 ponto em um ano.

No caso das micro, pequenas e médias empresas, a inadimplência antecedente subiu de 4,31% em dezembro de 2018 para 4,54% em março do calendário atual, mas caiu 0,66 ponto em relação ao fim do primeiro trimestre do ano passado. Na carteira de grandes empresas, a inadimplência de curto prazo ficou em 0,94% em março, ante 0,88% em dezembro de 2018 e 1,4% em março de 2018. 

Serviços

As receitas de prestação de serviços do Bradesco totalizaram R$ 8,074 bilhões entre janeiro e março de 2019, o que indica aumento de 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, houve recuo de 4,3%.

Segundo o banco, o desempenho anual foi impulsionado pelo aumento do volume de operações, em função da maior oferta e colocação de produtos e serviços, que beneficiou, principalmente, as receitas com administração de consórcios, custódia e corretagens e arrecadações. "Destaca-se também o desempenho positivo das receitas com conta corrente, reflexo da gestão do portfólio de produtos de acordo com a segmentação de cada cliente."

Já na comparação trimestral, o Bradesco diz que a queda se deveu ao menor número de dias úteis, efeito sazonal das receitas com cartões e operações de crédito, e menor atividade nos mercados de capitais, que afetou o desempenho das receitas de underwriting/assessoria financeira.

Por outro lado, as despesas operacionais do Bradesco totalizaram R$ 10,184 bilhões nos tr|ês meses até março de 2019, o que representa crescimento de 5,7% em relação ao mesmo período do exercício anterior. Ante o quarto trimestre de 2018, houve queda, de 4,1%.

No comparativo anual, as despesas de pessoal subiram 6,8%, para R$ 5,158 bilhões, enquanto as despesas administrativas cresceram 4,5%, totalizando R$ 5,026 bilhões. 

O Bradesco atribuiu parte da alta das despesas de pessoal em 12 meses a maiores despesas variáveis, relacionadas ao crescimento dos resultados, destacando que a partir deste ano foi implementado um programa de remuneração variável direcionado à rede de agências.

"Ainda estamos capturando benefícios da estratégia de otimização dos pontos de atendimento que, mesmo considerando os reajustes contratuais, tem reduzido o nível de gastos em diversas linhas, como por exemplo segurança e vigilância, aluguéis e transportes".

O Bradesco terminou março com 4.594 agências e 99.156 funcionários.



Fonte: Valor


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