Classe média cresceu em um ano, apesar da crise

A crise econômica não interrompeu o processo de expansão da classe média brasileira, segundo estudo divulgado ontem pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizado com base em dados da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população economicamente ativa incluída na chamada classe C (com renda domiciliar de R$ 1.115 a R$ 4.807) representava, em julho, 53,20% do total, crescimento de 2,5% sobre a proporção verificada em julho de 2008.Ao mesmo tempo, a classe AB (renda superior a R$ 4.807) teve retração de 0,5%. Em julho, representava 14,97% da população, de acordo com os dados da FGV. A classe D (renda entre R$ 804 e R$ 1.115) diminuiu 4,1% em relação a julho do ano passado, significando 13,51% dos brasileiros. Já a classe E (renda inferior a R$ 804) apresentou recuo de 3,3% em um ano, passando a representar 18,32% da população"No período pré-crise, em cinco anos, houve um crescimento da classe AB de 35%, e da classe C de 23%. No pós-crise, a boa notícia é que houve algumas perdas iniciais que já foram recuperadas. Hoje, a classe AB está 0,5% abaixo de um ano atrás, e a classe C está 2,5% acima. Ou seja, a crise não afetou o bolso do brasileiro comum", afirmou o coordenador do estudo, Marcelo Neri.Em janeiro, demonstra o levantamento, a classe média parecia entrar em processo de encolhimento, depois de ter chegado a representar 53,81% do total da população em dezembro. No primeiro mês deste ano, essa proporção encolheu para 52,64%, mas retomou em seguida o processo de ascensão. Neri explicou que está havendo uma recomposição da classe AB, sem perdas significativas. Ele frisou que o aumento da classe C é fruto, basicamente, de pessoas oriundas das classes mais baixas (D e E).O economista acrescentou que as chamadas periferias mantiveram um bom ritmo de atividade econômica durante a crise, sendo menos afetadas que os grandes centros urbanos. Segundo ele, o fato destes lugares estarem menos ligados a fatores externos, sendo menos dependentes das exportações e desconectados a influências dos mercados financeiros, contribuiu decisivamente para o bom desempenho nos últimos meses.
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA EM JULHO
classe AB (com renda domiciliar superior a R$ 4.807):14,97% da população, teve retração de 0,5% frente ajulho de 2008.
classe C (com renda domiciliar de R$ 1.115 a R$ 4.807): 53,20% da população, teve crescimento de 2,5% frente ajulho de 2008.
classe D (com renda domiciliar entre R$ 804 e R$ 1.115):13,51% da população, teve redução de 4,1% em relação a julho de 2008.
classe E (com renda domiciliar inferior a R$ 804):18,32% da população, teve recuo de 3,3% frente a julho de 2008.

fonte: FGV

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