Bom senso na poupança


A possível elevação dos juros básicos até o início de 2010, a resistência de sua base de apoio no Congresso e, sobretudo, o bom senso levaram o presidente Lula a reavaliar a proposta de taxar em 22,5%, a partir do ano que vem, os rendimentos das cadernetas de poupança com saldo superior a R$ 50 mil. Questiona-se a má intenção da medida, por meio da qual o Governo espera abocanhar mais de R$ 750 milhões de um universo que considera de especuladores e que alega ser de apenas 1%. Como pode a voracidade tributária qualificar genericamente de especulador quem tem depósitos além dos R$ 50 mil? Há um contingente ponderável de idosos com mais de R$ 50 mil que pouparam a vida inteira, para garantir um pé de meia e reforçar as míseras aposentadorias do INSS. Como aceitar a "mão grande" do Governo nos R$ 750 milhões, em grande parte surripiados de quem preparou um terreno menos árduo na velhice? Sepultar a ideia desta excrescência será um grande serviço prestado à arte de governar com equilíbrio e desprendimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário