Dólar na menor cotação do ano

O dólar fechou no menor patamar do ano, cotado a R$ 1,75 na compra e R$ 1,752 na venda, recuo de 0,51%. A moeda começou o dia em alta, ensaiou uma queda, e atingiu a cotação máxima às 15h30, quando bateu o preço de R$ 1,759. Neste horário, o Banco Central comprou dólares no mercado à vista. Pela manhã, o jornal britânico The Independent noticiou que países do Golfo estavam negociando com a China, Rússia, Japão e França um novo formato para os contratos de petróleo. O objetivo seria abandonar o dólar e buscar acordos baseados numa cesta formada por várias divisas. A notícia repercutiu na venda da moeda americana e no aumento dos preços do petróleo e do ouro."O fluxo pela manhã estava bem mais positivo; o cenário como um todo estava melhor. O euro subiu forte mais cedo, reduzindo a alta perto do fim dos negócios. O real acompanhou esse movimento e perdeu um pouco de fôlego também", avaliou o gerente de câmbio do banco Prosper, Jorge Knauer.Para Reginaldo Galhardo, analista de câmbio da Treviso Corretora, os boatos contribuíram para reforçar a perda de credibilidade da unidade americana. "Houve um volume maior de entrada de capital estrangeiro hoje (ontem). Os bancos já estão com uma posição de cerca de U$ 5,7 bilhões vendidos. Os exportadores estão bem insatisfeitos com o dólar."A divisa americana está caindo com mais intensidade ainda por conta de uma antecipação do mercado pela série da ofertas de ações que será realizada neste semestre. "O Brasil saiu coroado da crise com o terceiro grau de investimento. Os lançamentos de ações deixaram o mercado nacional ainda mais atrativo. A cotação, contudo, não deverá variar tanto, pois vários fundos já alocaram o valor máximo permitido, pelas instituições, no País."A desvalorização da divisa dos Estados Unidos no cenário externo também apareceu como um componente favorával à baixa no mercado doméstico, com o maior apetite por risco por parte de investidores diante da notícia de que o banco central australiano elevou a taxa de juro local, sinal de que o pior da crise global já teria passado.Com relação às perspectivas para o curto prazo, a equipe de analistas da corretora SulAmérica sugere que pode haver uma correção nas cotações, embora acredite "que os fundamentos econômicos ainda estão favoráveis à apreciação do real".Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), a moeda norte-americana perdeu 1,29%, a R$ 1,7495. A rodada teve giro financeiro de R$ 227.924 milhões, com 38 negócios fechados. Nos contratos futuros, o dólar foi negociado a R$ 1,760 para novembro, R$ 1,770 para dezembro, e R$ 1,780 para janeiro.No turismo, a unidade dos Estados Unidos declinou 1,09%, a R$ 1,67 para compra, e R$ 1,81 para venda. O euro comercial teve leve queda de 0,04%, cotado a R$ 2,575 na compra e R$ 2,579 na venda. Internacional. A moeda dos Estados Unidos perdeu terreno frente a moedas emergentes, como a rúpia indiana e o peso mexicano, bem como a uma cesta com as principais divisas globais. Às 18h20 de Brasília, o dólar ganhava 0,17% contra a moeda japonesa, a 88.77 ienes; ante o franco suíço, subia 0,02%, a 1.0271 francos suíços; na paridade com a libra esterlina, avançava 0,03%, a U$S 1.5918; comparada ao euro, galgava 0,03%, a U$S 1.4718.
Fonte: JC

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