Para analistas, perspectiva do Ibovespa será decidida nas próximas semanas



Saindo de um mês de volatilidade nos mercados nacionais, apesar do saldo positivo do Ibovespa, as perspectivas para março giram em torno de dois pontos chave: situação fiscal europeia e definições da política monetária brasileira, com um peso maior para o segundo. Ainda que prevendo a continuação das oscilações, analistas dizem acreditar em uma reedição do saldo positivo ao fim do mês.
Lá fora, a Grécia e outras nações europeias devem continuar em pauta no mês, já que sua situação permanece "sem solução", na visão da Ativa, que espera que seja anunciado um pacote de ajuda - embora não tão cedo. Os investidores também devem seguir atentos ao noticiário sobre a China, com possíveis novos ajustes de política monetária.
Contudo, apesar das preocupações com o plano externo, o panorama doméstico segue em foco. "Nosso diagnóstico permanece o mesmo: quanto mais os investidores estão confortáveis com os fundamentos domésticos tanto mais confiantes os agentes ficam com relação ao mercado de capitais", aponta a Bradesco Corretora.
Cenário domésticoPara o Safra, são eventos domésticos que devem ditar o rumo das bolsas - entre eles, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre os juros e os dados sobre o PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre, ambos esperados para as próximas semanas.
As dúvidas sobre quando o Brasil irá iniciar seu ciclo de aperto monetário ganharam volume ao longo de fevereiro, conforme indicadores revelavam uma aceleração da inflação nacional. "A sinalização de mudança na trajetória de taxa de juros no Brasil, que afeta a competitividade dos investimentos no mercado acionário, poderá ser interpretada pelos investidores estrangeiros como um ponto positivo do Brasil frente às demais economias", avalia a Ativa.
A corretora chama atenção para o fato de alguns setores, vistos como mais "sensíveis", já precificam um aumento na taxa básica de juros. "Acreditamos em ajuste na velocidade do crescimento, mas não na inversão de sua tendência. Portanto poderemos observar deterioração em ações mais sensíveis a essa política num primeiro momento, que pode se traduzir em oportunidades interessantes", dizem os analistas, dando exemplos dos segmentos imobiliario e de consumo e varejo. Além disso, vale a pena destacar que março é o período de encerramento da temporada de resultados, que vem mexendo com o preço dos ativos, e ainda guarda balanços de companhias de peso, como a Petrobras. Por fim, a equipe da Socopa projeta a volta do Ibovespa aos 70 mil pontos antes do fim do mês, apesar de acreditar que o mercado passa por um momento de remanejamento de estratégias. "Contudo, eventos como os que ocorreram em fevereiro, em relação às dívidas soberanas da Europa, podem se repetir e gerar nova onda de aversão ao risco, o que inviabilizaria nosso cenário mais otimista".
Fonte: Infomoney

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