PIB: expectativa de investimentos em alta

Os investimentos produtivos comandaram a forte retomada da economia brasileira no último trimestre de 2009. Se as contas de analistas estiverem corretas, na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), prevista para quinta-feira, será mostrado que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que representa os investimentos na aquisição de máquinas e equipamentos, cresceu aproximadamente 13% na comparação com os três meses imediatamente anteriores e em torno de 10% frente ao quarto trimestre de 2008. “Foi uma retomada boa de se ver”, resume a economista do Banco Santander Luíza Rodrigues. “Não podemos esquecer que o aumento se deu sobre uma base forte, pois no terceiro trimestre os investimentos já haviam avançado 6%”, acrescenta. Com a maior disposição do empresariado em investidor e a força do consumo das famílias, sustentado pelo aumento do emprego e da renda, Luíza acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá mostrar que se expandiu em 2,1% no quarto trimestre do ano passado, ante o terceiro. Anualizada, essa taxa retratará que o Brasil encerrou 2009 com um ritmo de expansão de 8,6%, comportamento muito próximo do verificado na China. Apesar desse salto espetacular, no entanto, no acumulado do ano o PIB apontou, pelos cálculos da economista, retração de 0,2%, evidenciando que o impacto da crise mundial nos primeiros meses de 2009 foi profundo e os estragos não foram zerados por completoPara Flávio Serrano, economista do Banco BES Investimento, o incremento da economia nos últimos três meses de 2009 foi tão forte – ele fala em avanço de 2,5% sobre o terceiro trimestre –, que 2010 começou com crescimento garantido de pelo menos 3% (o chamado carregamento estatístico). Ele ressalta, porém, que, nos próximos trimestres, vai se observar a desaceleração da atividade, devido à retirada dos estímulos fiscais dados pelo governo no auge da crise, como a redução de impostos sobre automóveis e eletrodomésticos. Também o crédito ficará mais caro, inibindo o consumo das famílias. A despeito disso, ele prevê que o PIB terminará este ano com aumento de de 5%. Luíza, do Santander, estima 4,8%. No entender dos economistas, muita gente vai se frustrar com o número fechado do PIB de 2009, que tenderá a mostrar a primeira queda anual em quase 20 anos. O importante, porém, segundo eles, é que o Brasil conseguiu se recuperar rapidamente da crise, a ponto de os investimentos dispararem no último trimestre, devendo se expandir em pelo menos mais 10% em 2010.
Fonte: C.B.

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