Mediação obrigatória antes de ajuizamento


Proposta do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça torna obrigatória tentativa de conciliação entre as partes antes do início do processo.

O Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça quer que se torne obrigatória a tentativa de conciliação e mediação entre as partes antes do ajuizamento da ação. A ideia foi firmada durante a última reunião do órgão, na semana passada, em Macapá (AP). O presidente do colégio, desembargador Marcus Faver, disse que fará uma reunião com membros do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) ainda este mês, para discutir a proposta. Para a conciliação fazer parte obrigatória dos trâmites dos litígios que chegam aos tribunais de Justiça, a determinação deve estar prevista em forma de lei, aprovada pelo Congresso Federal. Por isso, Faver destacou a importância da articulação de representantes dos tribunais de Justiça do País para ver a aceitabilidade da proposta e o seu futuro encaminhamento à Brasília. “A norma diminuiria o número de processos que chegam nos tribunais, como na Argentina, onde a conciliação é obrigatória, e tem dado bons resultados”, afirma o desembargador. Outra discussão da reunião de Macapá foi em torno da proposta de projeto de lei do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para regulamentar a cobrança de custas judiciais pelos tribunais de Justiça brasileiros. O CNJ alega que, atualmente, não há nenhum critério para definir os valores das custas, o que estaria gerando discrepâncias entre os tribunais estaduais. Porém, para o colégio, o CNJ deve se ater apenas ao estabelecimento de normas gerais, e não as específicas, a cargo dos tribunais de Justiça, nos termos preconizados pela Constituição Federal. Faver também destacou que o colégio fará um ato de manifestação de prestígio ao Supremo Tribunal Federal (STF), quando sair a decisão sobre a Ação Penal nº 470, conhecida como mensalão. O objetivo é enaltecer a histórica e independente atuação do Supremo e promover a ideia na sociedade de que corrupção sofre punição no País. A Carta de Macapá, como é chamada a ata com as decisões da reunião do colégio, também estabeleceu a necessidade de incentivar a criação, no âmbito dos tribunais, “de sistemas de saúde que preservem a higidez física e mental dos magistrados”. De acordo com Faver, o tratamento preventivo de doenças mais recorrentes dos juízes, como hipertensão, diabetes e estresse, pode ser a solução para a diminuição do alto número de licenças referentes a essas doenças e para aumentar a produtividade do Poder Judiciário.

Fonte:JC

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