Conciliar é preciso


O anúncio nesta quinta-feira, em Brasília, da criação da Escola Nacional de Mediação e Conciliação (Enam), em parceria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério da Justiça, durante a solenidade de abertura oficial da 7ª Semana Nacional de Conciliação, assinala mais uma iniciativa de alcance singular e inspirada em uma proposta abrangente voltada, por um lado, a facilitar o acesso à Justiça, e por outro a disseminar experiências de resolução extrajudicial de conflitos e que se refletem em audiências e mutirões realizados, dos dias 7 a 14 do corrente, em todo o País. Na oportunidade, o ministro Carlos Ayres Britto, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), assinalou que o Judiciário vive novos tempos, partindo de uma dimensão mais prática: “A Semana Nacional da Conciliação é um símbolo de novos tempos, do Judiciário de vanguarda, mais sensível, humano e técnico”. Segundo o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), desembargador.João de Assis Mariosi foram realizadas em 2011 cerca de 350 mil audiências de conciliação, as quais resultaram em cerca de 170 mil acordos homologados. A Semana integra o Movimento Nacional de Conciliação, promovido pelo CNJ, e é realizada simultaneamente em todos os estados e regiões, com mutirões e audiências de conciliação no âmbito das justiças federal, estadual e trabalhista. Neste ano, estão previstas ações também neste sábado (10) e no domingo (11), sem intervalo, portanto, no cumprimento da respectiva programação. No projeto de implantação da Enam serão investidos, até 2014, recursos no montante de R$ 4 milhões, tendo o secretário de Reforma do Judiciário (Ministério da Justiça), Flávio Caetano, explicado que sua atuação ocorrerá em três eixos: capacitação de operadores do direito, membros da academia e da sociedade civil; realização de seminários e outros eventos de difusão do conhecimento e promoção de atividades de ensino e pesquisa: “A criação da Escola vai ajudar a construção de uma Justiça de solução, como foco de harmonização social”. A partir do termo de cooperação firmado recentemente entre a Universidade de Brasília e o Ministério da Justiça, serão oferecidos 14 cursos na modalidade de ensino à distância, de cujas aulas, versando sobre técnicas de mediação, conciliação e administração dos respectivos programas, poderão participar operadores do Direito – como juízes, promotores, advogados, defensores públicos e delegados de polícia – além de agentes de mediação comunitária, professores, alunos de cursos de graduação e servidores públicos. O objetivo é formar cerca de 21 mil operadores do Direito, agentes de mediação comunitária e professores até 2014. Os dados recentemente divulgados pelo CNJ, no relatório “Justiça em Números”, mostram que o volume de processos em tramitação no Judiciário brasileiro alcançou 90 milhões em 2011, dos quais 63 milhões estavam pendentes de decisão no final de 2010 e continuaram em andamento no ano passado. Daí, portanto, a alternativa que sobressai, com vigor crescente, de incentivo à conciliação e adoção de formas de resolução extrajudicial de conflitos, paralelamente a melhorias estruturais que agilizem a prestação jurisdicional e aprimorem a atuação do Judiciário no atendimento das necessidades sociais, tais como, a esse respeito, atual e potencialmente se manifestam.



Fonte: JC

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