Prestação de
contas através da contabilidade é um das três línguas mais difundidas e
utilizadas neste planeta. Todo mundo nos negócios só se comunicam de forma
entendível e confiável através da contabilidade. Todos os países deste planeta
estão alinhados pelo menos parcialmente ou integralmente com as normas
internacionais de contabilidade. O Brasil é o primeiro país de grande porte que
tem suas normas de prestação de contas para fins societários e de consolidação plenamente
alinhadas com as normas internacionais de contabilidade. A inflação durante
décadas até 1994 mudou o comportamento da sociedade brasileira. Prestação de contas
através da contabilidade tornou-se ônus sem bônus. Com a ausência de uma moeda
estável até então inexistia estímulos para fazer prestação de contas usando a
contabilidade. Os empresários passaram a valorizar o fluxo de caixa – simples o
objetivo, relegando a contabilidade como uma obrigação sem benefícios. Neste
sentido a Receita Federal do Brasil dispensou desde 1995 a apresentação de
prestação de contas via contabilidade para empresas com receitas anuais até R$
48 milhões – valor atual. Inventou uma alternativa supersimples de apuração de
impostos denominado regime de lucro presumido (atualmente, cerca de um milhão
de empresas) e para empresas no regime simples (cerca de quatro milhões de
empresas) com receitas anuais até R$ 3,6 milhões A base de tributação é o valor
das receitas declaradas (dispensando prestação de contas entendíveis via contabilidade).
Com a passividade da sociedade e da maioria das entidades profissionais e de
classe, foi autorizado em abril de 2013 o aumento do limite para R$72 milhões a
partir de 2014. Dentro do bom senso deveria ter sido revogada antes de 2000. É
difícil acreditar em retidão sem prestação de contas (contabilidade) entendível.
Ninguém ousa dirigir um carro a noite sem faróis. Também não ousa dirigir sem
vidros dianteiros limpos com limpadores funcionando, e espelhos retrovisores. Numa
empresa sem prestação de contas entendíveis, informativas do passado e
orçamentos prospectivos, é igual a dirigir automóveis sem faróis e limpadores no
escuro. O bom senso impera quando dirigimos automóveis. Muitas empresas e
empresários, ainda apegadas aos hábitos adquiridos decorrentes da inflação
elevada ainda não reinstituíram o habito necessário de prestação de contas via
contabilidade. O processo educativo e de persuasão para restaurar a
contabilidade entendível e útil precisa ser intensificada. Precisamos mostrar mais
e sempre como podemos agregar valor através da contabilidade. O Conselho
Federal e Contabilidade aprovou em 2009 e de 2012 as normas técnicas de
prestação de contas 100% alinhadas com as normas internacionais de
contabilidade para todas as micro, pequenas e médias empresas. A aplicabilidade
é geral, excluindo as empresas de grande porte, que estão sujeitas a normas mais
detalhadas aprovadas em 2007. A nova contabilidade exige de todos da
administração julgamento responsável, bom senso e prevalência da essência sobre
a forma legal. É uma novidade para todos. Em casos de divergências com as
normas tributárias, as eventuais diferenças são controladas e reportadas em
separado para a Receita Federal do Brasil. É o que tudo mundo faz no mundo, idem
todas as empresas de grande porte no Brasil. Independentemente da forma que de
como é exigido a prestação de contas para a Receita Federal do Brasil inexiste
desculpas para continuar dirigindo as empresas na escuridão sem contabilidade. As
novas normas contábeis no Brasil tem aceitação universal. São simples, informativas
e práticas. Os reportes são confiáveis, entendíveis e essenciais para todas as
partes interessadas – principalmente dentro das empresas. As mesmas asseguram
entre inúmeros benefícios acesso a fontes de capital e de financiamentos. No
processo educativo a maioria dos envolvidos nos processos de preparo e
divulgação precisam incrementar a qualidade das entregas de informes de
prestação de contas aos donos e administradores de empresas, incluindo por
exemplo performance mensal dos indicadores chaves, contas a receber por
vencimentos de prazos, previsões de fluxo de caixa confiáveis, etc. É preciso
entregar todos os informes necessários alinhados com os informes contábeis que a
Administração efetivamente precisa para gerenciar os seus negócios. Os
contadores precisam aprender a ocupar a função de assessor e braço direito da
administração, explicando o significado dos números e mostrando onde que há
necessidade de mais atenção. Os números falam para os contadores experientes e
habilidosos em negócios. Os mesmos agora precisam compartilhar os seus
conhecimentos com os seus clientes, agregando e encantando os mesmos. O futuro
do contador é ser consultor interno imprescindível da administração, usando bem
as novas normas contábeis brasileiras.
Fonte:
JC
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