Com cenário de
inflação em alta e crescimento ainda lento da economia, o comitê do Banco
Central resolve acelerar o processo de alta dos juros.
Em
um cenário de inflação em alta e crescimento ainda lento da economia, o Banco
Central (BC) decidiu acelerar o processo de alta dos juros. O Comitê de
Política Monetária (Copom) anunciou o aumento da taxa Selic de 7,5% para 8% ao
ano, alta de 0,5 ponto percentual. É a segunda elevação seguida da taxa Selic
no ano, que em abril subiu 0,25 ponto percentual. "O Comitê avalia que
essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que
essa tendência persista no próximo ano", disse o Copom em nota sobre a decisão,
que foi unânime. Nas últimas semanas, a autoridade monetária havia dado vários
sinais de que poderia promover uma alta maior de juros para segurar a inflação.
Com isso, o mercado financeiro estava dividido em suas projeções para a
reunião. A divulgação do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro
trimestre, que veio abaixo do esperado, no entanto, levou muitos analistas a avaliarem
que o BC poderia elevar a taxa novamente em 0,25 ponto. A expansão mais fraca
da economia gerou duas expectativas em relação à decisão sobre os juros. A
primeira era que o resultado abaixo do esperado, principalmente do consumo, levaria
o BC a optar pelo outra interpretação foi de que, como o consumo foi afetado pela
alta da inflação, que comeu parte da renda do trabalhador, caberia ao BC elevar
ainda mais a taxa básica para segurar o índice de preços. O aumento dos juros
agora também evitaria a necessidade novos apertos monetários em 2014, quando a
presidente Dilma Rousseff tentará a reeleição. A inflação já está no discurso dos
pré-candidatos que poderão enfrentar a presidente no próximo ano. O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para a meta
de inflação de 4,5%, está em 6,49% nos 12 meses encerrados em abril,
praticamente no limite de tolerância, de até 6,5%. E a expectativa do mercado e
também a última previsão do BC é de uma inflação de 5,8% em 2013 e acima de 5%
em 2014. A expectativa agora fica por conta da divulgação de novos dados sobre
inflação e atividade até a próxima reunião do Copom, marcada para os dias 9 e
10 de julho, para quando se espera novo aumento da taxa básica, segundo
projeções feitas até o momento. O mercado começou a esperar por um aperto
monetário maior surgiu há duas semanas, quando o presidente do BC, Alexandre
Tombini, afirmou que a instituição está vigilante e fará o que for necessário, “com
a devida tempestividade, para colocar a inflação em declínio no segundo
semestre e para assegurar que essa tendência persista no próximo ano". A
frase, repetida por Tombini na semana passada, foi vista pelo mercado como
sinal de que os juros poderiam subir para 8% ao ano.
Fonte: JC
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