Crescimento fraco do
PIB e inflação alta impactam custos e vendas. Estudo aponta que, das 65 companhias
do Ibovespa, 37 apresentaram resultados que frustraram analistas do mercado
As
empresas brasileiras têm apresentado seu mais longo ciclo de resultados decepcionantes,
reforçando sinais de que a recuperação da maior economia da América Latina é
vacilante. Das 65 companhias do Ibovespa que apresentaram balanços do primeiro
trimestre, 37 tiveram resultados abaixo da estimativa dos analistas, segundo
dados levantados pela Bloomberg. Este foi o sexto trimestre consecutivo em que
mais da metade das empresas do índice ficou abaixo das previsões, maior ciclo desde
2005, quando a Bloomberg começou a acompanhar as estimativas. Quatro companhias
tiveram prejuízos inesperados, incluindo Gafisa e MMX. O Ibovespa registra seu
pior desempenho em um começo de ano em quase uma década. As medidas de estímulo
do governo, como corte de impostos e incentivos ao investimento, não têm
conseguido dar impulso ao crescimento da economia como os analistas esperavam e
a inflação próxima do patamar mais alto em 19 meses incha os custos e afeta as
vendas. Os resultados, de acordo com Ivan Kraiser, diretor de renda variável da
Legan Administração de Recursos, estão impedindo a recuperação das ações, os
investidores estão preocupados com as perspectivas para a economia. “Muita
gente no começo do ano estava otimista e achava que economia cresceria mais forte
e que muitas empresas se beneficiariam disso, mas à medida que os meses foram
passando as coisas foram mudando”, avaliou Kraiser, que ajuda a administrar R$
450 milhões na Legan. “A menos que alguma coisa inesperada aconteça, não vejo
cenário muito animador para a bolsa”, completou. Expectativas frustradas Oito
companhias do Ibovespa relataram receita líquida no primeiro trimestre que
ficou abaixo das estimativas por pelo menos 50%, incluindo a produtora de
celulose Fibria. A B2W teve sua maior queda diária em sete meses após relatar
prejuízo líquido de R$ 61 milhões. O executivo-chefe da Gafisa, alegou, em
comunicado no último dia 10, que os resultados foram afetados por uma atividade
“sazonalmente mais fraca” na indústria e despesas maiores com terrenos,
enquanto a MMX culpou custos de logística mais elevados. Já a Fibria
surpreendeu os analistas por ter revelado na última hora a recompra de R$ 63 milhões
em títulos que só deveriam ser resgatados em 2020, disse o diretor financeiro
da empresa, Guilherme Cavalcanti, em entrevista à Bloomberg. Em conferência com
analistas no último dia 10, o executivo-chefe da B2W, Fabio Abrate, disse que a
alta de 35% nas vendas no primeiro trimestre mostra que a empresa está sendo bem-sucedida
em suas metas.
Fonte: JC
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