Valor arrecadado em maio, que chegou a R$ 87,8 bilhões, apresentou
crescimento real de 5,8% em relação a abril e teve o reforço extra de R$ 4
bilhões em depósitos judiciais e em pagamento de tributos sobre a abertura de
capital da BB Seguridade.
O
governo federal não pode alegar falta de recursos para atender as demandas por
investimento em setores básicos, exigidas pelas multidões que têm ido às ruas
nas últimas semanas. A Receita Federal divulgou ontem que, mesmo com as
recentes desonerações, arrecadou em maio R$ 87,8 bilhões em impostos e outras
contribuições, volume que representa recorde para o quinto mês do ano e
crescimento de 5,8% acima da inflação em relação a abril. Com o resultado, o
acumulado do ano bateu a marca de R$ 458,3 bilhões, aumento real de 0,77% na
comparação com igual período (janeiro a maio) do ano passado. O resultado veio
após sucessivos desempenhos fracos nos três meses anteriores: queda em
fevereiro e março e baixo crescimento em abril. De acordo com o Fisco, o
desempenho excepcional de maio se deu em razão de arrecadações extraordinárias
no valor de R$ 4 bilhões, sendo R$ 1 bilhão referente ao Programa de Integração
Social (PIS) e à Contribuição Financeira para a Seguridade Social (Cofins) de
um depósito judicial e R$ 3 bilhões em pagamento de tributos sobre a abertura
de capital da BB Seguridade, braço de seguro do Banco do Brasil. Ainda assim,
não fossem os valores extraordinários, a soma dos tributos combinados continuaria
tendo acréscimo de R$ 800 milhões. Segundo o secretário da Receita, Carlos
Alberto Freitas Barreto, a expectativa é de que 2013 feche com um crescimento de
3% a 3,5% em relação ao ano passado, que já havia batido recorde. "Até o
mês de maio, os números têm se comportado conforme os indicadores
macroeconômicos, e acreditamos que não devam haver variações acentuadas. Junho também
está dentro da previsibilidade, não esperamos surpresas", afirmou Barreto.
Para ele, os recentes resultados refletem uma melhora na lucratividade das
grandes empresas. Em julho, de acordo com o secretário da Receita, o consumo
aquecido durante o período da Copa das Confederações deve ser refletido na
arrecadação.
Influências
O
coordenador de Previsão e Análises da Receita, Raimundo Elói de Carvalho,
ressaltou que o resultado foi influenciado positivamente pelo PIS e pela Cofins
(crescimento de 6,5% nos cinco primeiros meses em relação a 2012), pela receita
previdenciária (3,05%), pelo Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (2,9%) e pelo
da Pessoa Física (4,41%). De forma geral, o Imposto de Renda é responsável por
R$ 127,98 bilhões entre janeiro e maio, um crescimento de 1,67% ante igual período
do ano passado. A Receita também identificou uma melhora no lucro das empresas,
o que tem refletido no pagamento de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) a partir de abril. Até
março, a arrecadação dos dois tributos teve queda de R$ 5,8 bilhões em relação
a igual período do ano passado. O recuo ocorreu com a entrega da declaração de ajuste
anual, que reflete o lucro das empresas em 2012. "Mesmo sem arrecadação atípica,
teríamos um crescimento significativo pela declaração de estimativa mensal, que
reflete a lucratividade das grandes empresas", afirmou Elói de Carvalho.
Fonte: JC
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