Empresário continua pessimista, mostra CNC.

Dois em cada três empresários brasileiros do setor comercial acreditam em piora no cenário econômico brasileiro nos próximos meses. A avaliação é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que divulgou ontem o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec). Apesar do pessimismo, a confiança dos executivos cresceu 0,6% este mês, em relação a julho de 2012, a primeira alta em 13 meses. A explicação para o aparente contraste no humor do mercado é que, no ano passado, o índice atingiu o mais baixo patamar da série histórica. "A alta é quase uma estabilidade. Não vemos uma mudança significativa no quadro. Não dá para projetar esta alta para frente", disse Fábio Bentes, economista da CNC. A pesquisa indica ainda que a confiança caiu 6,4% em julho na comparação com junho. A avaliação das condições atuais da economia também registrou forte queda, de 12,4%, o menor patamar da pesquisa. Pelo menos um terço dos executivos de 6 mil empresas ouvidas na pesquisa acreditam que a piora será "acentuada". Entre as razões para o pessimismo estão um recuo do mercado de trabalho, o encarecimento do crédito e a retirada do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os bens duráveis – os dois últimos fatores ligados à ação do Banco Central para reduzir a inflação. "Tudo isso se reflete em um crescimento menor do comércio. A desvalorização do real também é ruim pois encarece o consumo de bens duráveis que sustentaram a expansão nos últimos anos", avaliou o economista. "A situação é preocupante", complementou Bentes, explicando que o setor de comércio varejista apresenta uma recuperação no ritmo de crescimento. Ainda assim, a projeção para o ano, cerca de 4,5%, é muito inferior ao resultado de 2012, quando o crescimento foi de 8,5%. Um indicador que atesta o pessimismo dos empresários é o Índice de Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC), também divulgado ontem. A intenção de investir em equipamentos e máquinas caiu 1% em relação a 2012 - a primeira queda desde agosto. "Há uma cautela, pois o comerciante não vê a recuperação da economia em nível que justifique esse investimento", declarou Bentes.



Fonte: JC

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