Jorge Gerdau, o homem que poderia substituir Mantega e salvar o governo.

O presidente do conselho de administração da Gerdau tem a experiência do setor privado, o conhecimento do setor público e as ideias certas para tirar o Brasil do atoleiro.
Os jornais têm especulado abertamente nas últimas três semanas sobre uma mudança na equipe econômica para mudar o humor dos empresários e salvar o que resta do primeiro – e talvez único – mandato da presidente Dilma. Razões não faltam para a substituição do ministro Guido Mantega (Fazenda), responsável final por diversas experiências mal sucedidas na condução da política econômica. Sendo breve, poderiam ser colocadas na conta de Mantega a elevação da inflação para acima do teto da meta, a desorganização das contas públicas, os truques contábeis para que o superávit primário não ficasse tão distante da meta, o maior intervencionismo do governo na economia, a falta de confiança dos empresários na equipe econômica, a queda dos investimentos privados, o possível rebaixamento do “rating” brasileiro, uma parte da valorização do dólar, a provável reversão na tendência dos indicadores de emprego e o crescimento anêmico do PIB. Entre os possíveis substitutos para Mantega, muitos nomes já foram aventados. Henrique Meirelles foi o primeiro deles – mas, nesse caso, Meirelles voltaria a presidir o BC e Alexandre Tombini seria deslocado para o comando do Ministério da Fazenda. Meirelles tem uma excelente reputação junto a banqueiros e empresários, mas não se relaciona muito bem com Dilma – e por isso dificilmente voltaria ao governo. Outro nome que de vez em quando aparece nas listas de substitutos de Mantega é o de Aloizio Mercadante. O ministro da Educação é um dos poucos que tem o respeito de Dilma, segundo jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto. No entanto, por muitas vezes possuir ideias pouco ortodoxas sobre a economia, dificilmente sua nomeação seria suficiente para reverter o mau humor dos empresários de imediato. Em reportagem publicada pelo jornal O Globo neste final de semana, outros dois nomes que foram aventados para comandar o Ministério da Fazenda ou a Secretaria do Tesouro Nacional foram os de Otaviano Canuto (ex-secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e consultor do Banco Mundial) e Joaquim Levy (ex-secretário do Tesouro e diretor-superintendente da Bradesco Asset Management). Nada contra os dois nomes acima. Tanto Canuto quanto Levy são técnicos experientes que conhecem muito bem os problemas da economia e poderiam fazer um trabalho melhor que o que vem sendo desenvolvido por Mantega e Arno Augustin. Mas não sei se algum dos dois poderia virar rapidamente o jogo das expectativas – já que talvez o mercado não compre a ideia de que eles sejam fortes o suficiente para bater de frente com Dilma se necessário. Quem então deveria assumir o comando da Fazenda? Em minha humilde opinião, o ministro da Fazenda ideal para salvar o que resta deste mandato seria Jorge Gerdau. O empresário tem mais de 40 anos de experiência em posições de liderança no setor privado. Durante sua gestão, a empresa que leva seu sobrenome se transformou em um gigante do setor siderúrgico, com operações em diversos países e presença forte nos Estados Unidos. Desde 2006, Jorge Gerdau está afastado do dia a dia da siderúrgica, apesar de ainda presidir seu conselho de administração. O empresário não esconde seu gosto pela coisa pública. É um dos principais conselheiros de Dilma no meio empresarial – e talvez um dos poucos que possa colocar um freio na falta de pragmatismo da presidente. Gerdau ainda coordena a Câmara de Gestão e Planejamento do governo federal e preside o conselho do Movimento Brasil Competitivo, entre outras organizações do terceiro setor a qual está ligado. Em suas entrevistas, Jorge Gerdau sempre defendeu um serviço público mais enxuto e meritocrático, inspirado em experiências vencedoras do setor privado. Em entrevista à Folha de S.Paulo e ao UOL concedida em março, disse que haver 20.000 cargos de confiança no governo federal é “absolutamente excessivo” e que a “burrice” de criar mais ministérios já está no limite – ainda que ele também tenha admitido entender que a presidente precise de alguns desses cargos para construir sua base de alianças políticas. Ou seja, três meses antes que centenas de milhares de brasileiros fossem às ruas protestar contra a corrupção e o desperdício de dinheiro dos contribuintes, Gerdau já se posicionava genuinamente ao lado da população pela melhoria do serviço público. No comando da Fazenda, Gerdau teria poder para colocar em prática o que ele sempre pregou, mas que nenhum antecessor quis fazer: cortar gastos desnecessários, enxugar a máquina pública, reduzir ministérios, limar mordomias, instaurar a meritocracia no funcionalismo e modernizar o Brasil. Um verdadeiro choque de gestão, portanto. Sua simples indicação poderia mudar o humor dos empresários e destravar os investimentos. Promessas como a de aumento gradual do superávit primário ou de crescimento substancial do PIB voltariam a ser ouvidas. Com a reversão das expectativas, o ajuste necessário para colocar as contas públicas em ordem e para trazer a inflação de volta à meta poderia ser suavizado, evitando o risco de que a economia continue se deteriorando e possa entrar em recessão em um futuro não tão distante. Ganhariam empresários, investidores e trabalhadores – ou seja, os brasileiros. Só não daria certo se Dilma não fosse capaz de se desapegar de seus interesses políticos de curto prazo para plantar as sementes de um Brasil melhor.

E você, quem gostaria de ver no lugar de Mantega?



Fonte: InfoMoney

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