Competência que vale ouro para as empresas.

Muito valorizado por headhunters, resiliência é a capacidade de lidar bem com problemas, transformando experiências negativas em aprendizado para a carreira.

Quem não conhece casos de pessoas, famosas ou anônimas, que passaram por situações de extrema dificuldades e, mesmo assim, mantiveram a postura combativa, conseguindo dar a volta por cima? No mercado de trabalho, essa capacidade de lidar com problemas, superar obstáculos e adaptar-se às situações, transformando experiências negativas em aprendizado e oportunidade de mudança, ganhou a alcunha de resiliência, termo “emprestado” da física. Hoje, essa é uma das características e habilidades mais procuradas nas empresas e cada vez mais valorizadas por headhunters. Nos dicionários, a definição de resiliência é a propriedade de que são dotados alguns materiais de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse, sem ocorrer qualquer tipo de ruptura. Há algum tempo, entretanto, o conceito deixou o campo da física e ganhou importância como atributo pessoal em processos de seleção e de avaliação profissional. “Ser resiliente é ter a capacidade de enfrentar crises, traumas, perdas, graves adversidades, transformações e desafios, elaborando as situações e recuperando-se diante delas”, explica o presidente da Sabbag Consultoria e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Yazig Sabbag. Pesquisador e um dos maiores especialistas em biofeedback do Brasil, método que avalia em tempo real o funcionamento do sistema emocional dos indivíduos e propõe dinâmicas para deixá-lo mais equilibrado, Marco Fábio Coghi observa que, no dia a dia do mercado de trabalho, a resiliência faz mesmo diferença. Para ele, quem tem dentro de si o conceito tem mais capacidade de passar por situações críticas e se recuperar, sem se deprimir ou reduzir a produtividade. “O ser resiliente, por ter um maior equilíbrio emocional, consegue usar suas habilidades e interagir de forma mais amigável com as pessoas”, afirma.
Desenvolvimento
Uma das técnicas que vem sendo apresentada e que vem conquistando resultados para o desenvolvimento da resiliência nos indivíduos é o biofeedback. “O treinamento visa reduzir a hiperatividade emocional das pessoas, trazendo-a mais perto da realidade”, diz Coghi. “O mundo contemporâneo precisa de pessoas que lutem e sejam competitivas e que, ao mesmo tempo, mantenham uma condição psicológica tranquila em face dos acontecimentos”, acrescenta. A boa notícia, de acordo com a sócia-fundadora da consultoria Unique Group, Alexia Franco, é que a resiliência pode ser desenvolvida em qualquer fase da vida. Segundo ela, existem graus variados de como uma pessoa consegue lidar com o estresse. “É preciso, portanto, que cada indivíduo analise sua própria condição em relação a esta competência. Só assim é possível buscar meios para desenvolvê-la”, afirma. Para Alexia, cada vez mais a resiliência será uma qualidade a ser incorporada ao comportamento humano, seja para a vida pessoal ou profissional. “No passado, dizia-se que as coisas tinham um tempo diferente para acontecer. Hoje, tudo é imediato. Então, os profissionais precisam desenvolver a capacidade de se entender, olharem para o ambiente e reunirem forçar para reagirem a ele”, avalia. De acordo com a especialista, ninguém é resiliente sozinho. “A interação com outras pessoas é fundamental para superar situações difíceis. A resiliência depende de fatores externos como educação e família”, afirma Alexia. “A comunidade onde crianças e adultos vivem pode ajudar a sublimar traumas e compor pessoas resilientes, pela energia vinda dessa interação”, completa. Para se tornar uma pessoa resiliente, segundo Alexia é preciso estar aberto a novos conhecimentos e, principalmente, conhecer-se. “Ser resiliente auxilia no crescimento profissional, já que, no exigente mundo corporativo atual, quem pretende ter uma carreira de sucesso passará por inúmeras situações adversas”, diz.
Mercado de trabalho
Cada vez mais empresas buscam funcionários que sejam resilientes, que suportem bem a pressão e as cobranças, além de serem flexíveis e que saibam sempre usar a criatividade para resolverem problemas. Para Marco Fábio Coghi, os altos níveis de cobrança por resultados e a competitividade presente nas organizações justificam a necessidade de pessoas resilientes no mercado de trabalho. Ainda assim, as empresas não procuram apenas funcionários com essa competência. “Na verdade, as organizações também desejam desenvolver essa característica para serem capazes de enfrentar crises e saírem delas renovadas e fortalecidas”, afirma o especialista em biofeedback. “Se os executivos que tomam decisões são resilientes, elas conseguem guiar a empresa em épocas de crise, pois aprendem com os erros e conseguem superar problemas. E ainda servem de modelo aos funcionários. Já se fosse ao contrário desmotivariam a equipe”, acrescenta Coghi. Na avaliação do presidente da Sabbag Consultoria, Paulo Yazig Sabbag, são inúmeras as vantagens para o mundo corporativo em ter profissionais com essa competência. “Organizações que tem conselheiros, dirigentes e líderes de projetos estratégicos com elevada resiliência se comportam como se a própria organização a tivesse também”, avalia o especialista. De acordo com Sabbag, as empresas que possuem líderes com essa capacidade são capazes de enfrentar crises, grandes mudanças e apresentam maior efetividade nos projetos. “Este, portanto, é o benefício da resiliência para as organizações do mundo corporativo. Eles se tornam menos vulneráveis, pouco resistem a mudanças e apresentam enorme dinamismo”, diz.



Fonte: JC

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