Em abril, juro de pessoa física, com recursos livres, subiu para
42% ao ano. Foi o quarto mês seguido de alta no juro de pessoa física, segundo
BC.
Os
juros bancários médios dos empréstimos para pessoas físicas subiram pelo quarto
mês seguido em abril deste ano e somaram 42% ao ano, o maior nível em quase
três anos. Em agosto de 2011, eles somaram 42,3% ao ano. Os números, que tratam
das operações com recursos livres (quando os juros são livremente acertados),
foram divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Banco Central (BC). Em março, os
juros estavam em 41,6% ao ano. Na parcial de 2014, os juros bancários de
pessoas físicas, com recursos livres, avançaram quatro pontos percentuais. O
aumento desses juros acontece após o próprio Banco Central ter iniciado, em
abril do ano passado, um ciclo de alta da taxa básica de juros da economia (a
Selic), para tentar conter o crescimento da inflação. Com o aumento da taxa e o
encarecimento dos empréstimos, a instituição consegue reduzir o número de
pessoas e empresas dispostas a consumir. Assim, o preço dos produtos e serviços
tende a cair ou ficar estável. Desde o ano passado, os juros básicos passaram
de 7,25% para 11% ao ano, o que corresponde a uma elevação de 3,75 pontos
percentuais. O processo de alta dos juros foi interrompido apenas nesta
quarta-feira (28).
Juros sobem mais do que Selic
Com
o aumento dos juros básicos do país, também houve alta na taxa de captação das
instituições financeiras, ou seja, no quanto os bancos pagam pelos recursos que
serão emprestados às pessoas. Em abril do ano passado, antes do início da alta
dos juros básicos fixados pelo BC, a taxa de captação, para operações com
pessoas físicas, estava em 9% ao ano, passando para 12,3% ao ano em abril. Um
crescimento de 3,3 pontos percentuais. No mesmo período, os juros bancários das
instituições financeiras para pessoas físicas cresceram 7,6 pontos percentuais,
visto que estavam em 34,4% ao ano em abril de 2013, ou seja, mais do que o
dobro da taxa Selic. Deste modo, os dados do BC mostram que as instituições
financeiras não só estão repassando a alta do custo de captação que tiveram por
conta da elevação dos juros básicos da economia, como também estão elevando os
juros cobrados de seus clientes acima da alta da Selic.
'Spread bancário'
O
aumento dos juros bancários com intensidade maior do que o a alta da taxa
básica gerou o aumento do chamado spread bancário (diferença entre o que os
bancos pagam pelos recursos e o que cobram dos clientes), mesmo em um cenário
de queda da inadimplência. Mais pessoas pagam as contas em dia, mas os bancos
mantêm a perspectiva sobre os riscos dos empréstimos – e cobram caro por eles. O
spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos
administrativos, pelos depósitos compulsórios e pelos tributos cobrados pelo
governo federal, entre outros. Em abril do ano passado, antes do início do
processo de alta dos juros básicos da economia, o spread bancário nas operações
com pessoas físicas estava em 25,4 pontos percentuais. Em abril deste ano, já
estava em 29,7 pontos percentuais. O alto nível dessa diferença entre taxas no
Brasil já foi duramente criticado, no passado, pela presidente da República,
Dilma Rousseff, e por integrantes da equipe econômica, como o ministro da
Fazenda, Guido Mantega.
Taxa média de empresas e geral
No caso das operações dos
bancos com as empresas, ainda com base nos chamados recursos livres, a taxa
média somou 22,9% ao ano em abril – com alta de 0,2 ponto percentual frente ao
patamar de março (23,1% ao ano). Em 2014, porém, a taxa avançou 1,5 ponto
percentual. Já a taxa média geral de todas as operações com recursos livres
(pessoas físicas e empresas) ficou estável em 31,7% ao ano em abril. Com isso,
os juros seguem no maior valor desde março de 2012 (31,8% ao ano). No acumulado
de 2014, a taxa média de juros bancários avançou 2,7 pontos percentuais.
Fonte: G1
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