De 43 economistas consultados, 37 acreditam que Copom manterá a
Selic nos atuais 11% ao ano, enquanto seis esperam alta de 0,25 ponto
percentual na taxa.
Apesar
da desaceleração da atividade econômica, o Comitê de Política Monetária (Copom)
do Banco Central (BC) não deve cortar a taxa básica de juros da economia, a
Selic, na reunião que começa amanhã e termina na quarta-feira. Essa, pelo
menos, é a aposta unânime dos 43 economistas consultados pelo Jornal de
Commercio e pela agência de notícias Bloomberg. Do total, 37 acreditam que a
Selic permanecerá nos atuais 11% ao ano, enquanto seis esperam alta de 0,25
ponto percentual na taxa. A inflação alta continua a ser o principal componente
a influenciar a decisão do colegiado do BC. A Selic, que chegou a ser fixada na
mínima histórica de 7,25% ao ano, começou a ser elevada em março de 2013, em um
ciclo que já acumula nove altas consecutivas. O aumento da taxa tem sido o
principal instrumento governo para tentar controlar a inflação persistente, que
tem se aproximado perigosamente do teto da meta proposta pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN), de 4,5% mais uma margem de 2 pontos percentuais para mais
ou para menos. Embora os preços comecem a ceder, depois de registraram fortes
altas no início do ano, principalmente os alimentos, afetados por problemas
climáticos, a inflação continua com tendência de alta no longo prazo . Dilema O
dilema entre inflação de curto prazo estável e de longo prazo em alta deve ser
a principal questão a ser analisada pelos membros do Copom na reunião desta
semana. “A despeito de o mercado acreditar na manutenção da Selic, o panorama da
inflação em 12 meses continua de aumento”, afirma o economista da Gradual Investimentos,
André Perfeito. “Nesse cenário, mais um aumento de 0,25 ponto percentual na
Selic seria uma forma relativamente menos dolorosa de controlar a inflação de
longo prazo sem comprometer mais o PIB (Produto Interno Bruto)”, acredita o
especialista. Nem o governo nem o mercado acreditam que a inflação oficial
feche o ano no centro da meta. A última pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central
na semana passada, mostrou que para os analistas o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), terminará o mês de dezembro em 6,43%, quase no teto da meta
de 6,5%. Em abril, o mercado chegou a prever o estouro da meta, o que, embora não
tenha implicações legais, é um sintoma grave de descontrole da economia. Na
última quinta-feira foi a vez do próprio governo admitir que a inflação deve
ser mais alta em 2014. Na revisão bimestral de receitas e despesas do Orçamento,
o Ministério do Planejamento informou que a expectativa para o IPCA em 2014
passou de 5,3% para 5,6%. Neste cenário, não haverá, portanto, nem nas mais
otimistas avaliações, espaço para cortes na taxa de juros como forma de estímulo
à economia. Além disso, o PIB, diretamente afetado.
Fonte:
JC
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