Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
o conjunto de seis medidas anunciado ontem busca a "melhoria do marco
regulatório para o crédito". A maior parte do pacote entrará em vigor já
na semana que vem, por meio de medida provisória. A segurança para comprar imóveis
será maior e menos burocrática, segundo o ministro, com uma nova regra que
obrigará a registrar na matrícula do imóvel qualquer ônus jurídico, incluindo
outras dívidas do proprietário. Graças a isso, acreditasse que os
financiamentos imobiliários ficarão mais fáceis e acessíveis. Há medidas que
visam a aumentar os recursos para que os bancos possam conceder empréstimos. Uma
delas é a criação da Letra Imobiliária Garantida, um papel que será lastreado no
patrimônio do próprio banco, em recursos que ficarão separados no caso de
liquidação. Além da segurança, os investidores deverão ser atraídos pela
isenção de Imposto de Renda nas aplicações de mais de dois anos. O principal
alvo desse papel é a Caixa Econômica Federal. Os recursos da poupança estão
escassos para a concessão de novos empréstimos. Outra medida nessa linha
facilita é a obtenção de créditos tributários pelos bancos. Hoje, empréstimos
que não são pagos podem ser deduzidos do imposto a pagar, mas, naqueles
superiores a R$ 30 mil, a condição é que a instituição financeira entre com uma
ação judicial. Agora, essa obrigação passa a valer a partir de R$ 50 mil, no
caso dos empréstimos com garantidas, e de R$ 100 mil nos demais. Como vão
gastar menos com custos jurídicos, os bancos poderão emprestar mais. Há dois
itens que visam dar mais garantias aos bancos, reduzindo o prejuízo das
instituições. Uma delas tem como foco veículos e bens móveis. O consumidor poderá
conseguir juros mais baixos graças a uma regra que permitirá ao banco confiscar
o bem com maior facilidade em caso de inadimplência. O banco poderá reaver o bem,
em caso de inadimplência, apenas com aviso de recebimento ao cliente, sem
recorrer à Justiça. Processos que levam dois anos atualmente poderão ser
reduzidos para apenas três meses. Mas só será assim se, ao contrair o
financiamento, o cliente aderir a esse sistema. A proposta será enviada ao
Congresso Nacional na forma de projeto de lei. O crédito consignado no setor privado
poderá crescer com uma nova regra que obrigará o dinheiro a ser separado na
folha salarial antes mesmo de entrar na conta corrente do funcionário. E, mesmo
que a empresa decida mudar o pagamento da folha para outro banco, o cliente continuará
recebendo seu salário na instituição que concedeu o empréstimo, até quitá-lo. Outra
medida premia os clientes que oferecem como garantia o próprio imóvel quando pegam
empréstimo. Nesses casos, os bancos poderão usar até 3% dos recursos da
poupança, um dinheiro mais barato, e assim cobrar juros mais baixos. (P.S.P. e
B.N.)
Fonte:
JC
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