Depois do anúncio de
mudanças na equipe econômica, BC afirmou na ata do Copom que a política fiscal
pode ter uma contribuição maior no controle de preços.
Depois do anúncio de mudanças na equipe
econômica e de iniciativas do governo para recuperar a credibilidade, o Banco
Central passou a considerar uma ajuda mais forte da política fiscal. Na ata da
última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC informou que a
expectativa é de que a contribuição do setor público tende a se deslocar para a
zona de neutralidade e que não descarta migração para a zona de contenção
fiscal - ou seja, caso se concretize um superávit de 1,2% do PIB, conforme
prometido pelo governo, o fiscal voltará a ajudar a autoridade monetária no
combate a inflação. O cenário foi divulgado na ata do Copom, uma semana após o
Comitê de Política Monetária (Copom) ter elevado a Selic em 0,5 ponto
porcentual, para 11,75%. O presidente da instituição, Alexandre Tombini, havia
feito afirmação semelhante em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento
(CMO), na última terça-feira. Na ocasião, ele lembrou que o ministro da Fazenda
indicado, Joaquim Levy, prometeu cumprir uma meta de superávit primário de 1,2%
do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, projeção que foi inserida na LDO. Tombini
classificou o número como “duro, difícil, porém factível”. “Ele (Levy) traz
essa política, dada a velocidade de crescimento da economia, traz a política
fiscal para o campo neutro e, se cumprido, talvez até contracionista”, afirmou
Tombini na audiência que ocorreu dois dias antes da divulgação da ata. Na ata,
o BC ainda reforçou, assim como em documentos anteriores, que a geração de
superávit primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas
projeções de inflação contribuirá para criar uma percepção positiva sobre o
ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo. No mesmo parágrafo, a
instituição lembrou que um superávit neutro ou contracionista tem repercussões
favoráveis sobre o custo de capital, o que estimula o investimento privado no
médio e no longo prazo.
Inflação.
O Banco Central diminuiu a projeção para a
inflação em 2014, mas ainda vê uma taxa elevada em 2015. Segundo o BC, a
convergência da inflação para a meta tende a ocorrer em 2016. O BC também
sinalizou que novas elevações do juro básico Selic deverão ocorrer em 2015, mas
altas serão moderadas visto que o órgão agirá com "parcimônia",
considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária.
Fonte:
O Estadão
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