Em 12 meses,
modalidade de crédito acumula forte alta: 61 pontos porcentuais; rotativo do
cartão atingiu a marca de 345,8% ao ano.
Os juros do cheque especial atingiram 220,4%
ao ano em março, o maior nível desde dezembro de 1995, quando a taxa havia
ficado em 242,23% ao ano. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira
pelo Banco Central. A modalidade, que é uma das mais caras, atrás apenas do
rotativo do cartão de crédito, apresentou forte elevação dos juros em 2015.
Apenas no mês, a alta foi de 6,2 ponto porcentual. No trimestre, a elevação foi
de 19,4 ponto porcentual. Já em 12 meses os juros do cheque subiram 61 pontos
porcentuais. O rotativo do cartão, a taxa mais elevada entre todas as avaliadas
pelo BC, atingiu a marca de 345,8% ao ano em março, ante 342,7% de fevereiro,
uma elevação de 3,1 pontos porcentuais. Já a taxa média de juros para a pessoa
física, no crédito livre, passou de 54,3% ao ano em fevereiro para 54,4% em
março - a maior desde março de 2011. Para pessoa jurídica, a taxa passou de
26,1% para 26,5%. A taxa média geral, por sua vez, subiu de 40,6% para 40,9%
porcentual, também a maior desde 2011. No primeiro trimestre deste ano, a taxa
subiu 3,6 pontos porcentuais. Em 12 meses, a alta é de 4,4 pontos porcentuais.
Veículos.
No caso de aquisição de veículos para pessoas
físicas, os juros passaram de 24,8% para 24,7% de um mês para outro. No
período, o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por
pessoa física recuou 1,2%. Com isso, o
total de recursos para aquisição de automóveis por esse grupo de clientes ficou
em R$ 179,629 bilhões no mês passado. Em fevereiro, o volume foi de R$ 181,852
bilhões. No primeiro trimestre do ano, a queda nesse tipo de crédito é de 2,5%
e, em 12 meses até março, de 5,4%.
Inadimplência
estável.
Apesar da alta dos juros, a taxa de
inadimplência no crédito livre se manteve em 4,4% de fevereiro para março. Para
pessoa física, chegou a cair de 5,3% para 5,2% na comparação mensal, o menor
patamar desde 2011. Para as empresas, passou de 3,5% para 3,6% de um mês para o
outro. Na aquisição de veículos, ficou estável em 3,9% em março. No cartão de
crédito, por sua vez, recuou de 7,0% para 6,7% na mesma comparação. O chefe do
Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, destacou que a
inadimplência continua estável em patamares baixos desde o ano passado.
"Já os atrasos entre 15 dias e 90 dias apresentam certa reação, mas sem um
crescimento significativo. Altas anteriores do indicador não se refletiram em
aumento da inadimplência. Antes de completar três meses de atraso os tomadores
honraram seus compromissos", completou.
Estoque
de crédito.
O estoque de operações de crédito do sistema
financeiro subiu 1,2% em março ante fevereiro e chegou a R$ 3,060 trilhões. No
primeiro trimestre, houve alta de 1,4% e, em 12 meses até março, de 11,2%. Houve
aumento de 1,6% para pessoas jurídicas e alta de 0,8% para o consumidor no mês.
No primeiro trimestre, a alta está em 1,0% para as empresas e em 1,9% para a
pessoa física. No caso do período de 12 meses encerrados no mês passado, as
taxas são de crescimento de, respectivamente, 10,0% e 12,6%. "O primeiro
trimestre de 2015 foi melhor no crédito para as empresas do que os três
primeiros meses do ano passado. Em parte, isso decorre da evolução do
câmbio", avaliou Maciel. Segundo ele, houve crescimento expressivo no
financiamento às exportações e nos repasses externos, com altas de 2,8% e 13,8%
em março, respectivamente. O BC informou ainda que o total de operações de
crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou 54,4% em fevereiro para
54,8% no mês passado.
Projeções.
O chefe do Departamento Econômico do Banco
Central explicou que a autoridade monetária fez ajustes na projeção do crédito
em relação ao PIB ao fim deste ano devido à revisão do cálculo do Produto
Interno Bruto feita pelo IBGE. "Com nova metodologia do IBGE, houve uma
queda de 4 pontos porcentuais nesse indicador. Nossa projeção para o fim de
2015, que antes era de 61%, passa para 57%. A trajetória é a mesma, mas com
patamares diferentes", afirmou. "É a mesma projeção, ajustada pelo
novo PIB", completou Maciel.
Fonte:
JESP
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