Alta de impostos não leva a aumento da arrecadação.

Receita arrecada R$ 313,7 bilhões no primeiro trimestre, o pior resultado para o período desde 2011, mesmo com a elevação de tributos, como IOF e PIS/Cofins sobre combustíveis.

Diante de uma atividade econômica em baixa, a arrecadação impostos e contribuições federais continua em desaceleração. Mesmo depois do aumento de tributos, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o PIS/Cofins sobre os combustíveis, não foi possível sequer alcançar o desempenho do ano passado. Com isso, a Receita Federal arrecadou R$ 313,7 bilhões no primeiro trimestre do ano, o pior resultado para o período desde 2011. Em março, a arrecadação chegou a R$ 94,112 bilhões, o que representa alta real de 0,48% na comparação com igual mês de 2014. Ante fevereiro, o resultado foi 2,94% maior. O governo conta, agora, com a aprovação das medidas de ajuste fiscal em tramitação no Congresso para obter um novo fôlego e garantir o projeto do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de reordenamento das contas públicas. "As medidas de ajuste são extremamente necessárias. Não vamos conseguir resultado fiscal satisfatório se elas não forem aprovadas", ponderou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Rodrigues Malaquias. Segundo o técnico da Receita, mesmo o patamar de 2014 será difícil de ser alcançado. "Teremos de trabalhar muito para manter o patamar de arrecadação no mesmo nível de 2014", disse. Uma das metas da instituição e do governo é evitar que as desonerações atinjam o mesmo volume do ano passado, quando ficaram em R$ 104 bilhões. "Esse valor não é compatível com o cenário atual", observou. Malaquias ainda listou o desempenho das receitas previdenciárias e do PIS/Cofins como principais influências negativas na arrecadação –o primeiro apresentou queda de R$ 622 milhões na comparação entre março e igual mês do ano passado e houve recuo de R$ 1,4 bilhão com o PIS/Cofins. A arrecadação com IOF também frustrou, em decorrência, segundo a Receita, do menor ritmo de contratações de operações de crédito. No caso do PIS/Cofins, Malaquias explicou que em fevereiro, por exemplo, houve paralisação de caminhoneiros e redução de 7% no consumo de combustível, o que afetou negativamente a arrecadação desse tributo. O PIB em tendência de queda também tem afetado o desempenho. "A desaceleração da economia afeta todos os tributos relacionados a consumo, inclusive o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)", observou. A contribuição positiva veio da arrecadação de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) por ajuste, que cresceu 122,49% na comparação de março de 2015 com igual mês do ano passado, chegando a R$ 5,132 bilhões. Desse montante, R$ 3,472 bilhões são oriundos do segmento financeiro - o equivalente a 68% do total. Ainda no primeiro trimestre do ano, o governo abriu mão de arrecadar R$ 29,116 bilhões por causa das desonerações, um aumento de 22,27% em relação ao igual período do ano passado. No mês de março, as desonerações concedidas pelo governo totalizaram R$ 9,686 bilhões, uma renúncia fiscal 21,63% maior que em março de 2014 (R$ 7,964 bilhões). A desoneração de folha de pagamento foi de R$ 1,866 bilhão em março e de R$ 5,598 bilhões nos três primeiros meses do ano. A Receita também informou que até as 17h de ontem recebeu 18.898.307 declarações do Imposto de Renda. O prazo de entrega termina em 30 de abril e são esperados 27,5 milhões de declarações. Os contribuintes que perderem o prazo estarão sujeitos ao pagamento de multa mínima de R$ 165,74 e máxima de 20% do imposto devido.









Fonte: JC

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