Inflação avança para 8,31% neste ano em pesquisa do BC.

As nuvens ainda mais carregadas para a inflação deste ano começam a se dissipar a partir de 2016. A perspectiva de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será maior do que o previsto apenas uma semana atrás foi divulgada ontem no Relatório de Mercado Focus, pelo Banco Central. O índice deve chegar a 8,31% no acumulado deste ano, mas no grupo dos profissionais que mais acertam as projeções, o chamado Top 5, foi mantida a estimativa de 9,02% para o período. Por trás da previsão mais alta – a da semana anterior estava em 8,29% – está o incremento visto para os preços administrados, como conta de luz e gasolina. O ponto central da pesquisa revelou que a taxa de 13,2% para esse conjunto de preços em 2015 foi substituída pela de 13,5%. Já para o câmbio, que também vinha sendo fonte de pressão, não houve alteração no boletim Focus. O dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 2,20, e 2016, em R$ 2,30. Conforme o tempo vai passando, os economistas começam a enxergar uma melhora no empenho do BC para segurar a alta dos preços. Para 2016, espera-se que a inflação encerre em 5,51% e, no ano seguinte, em 5%. Para 2018, a projeção caiu de 5% para 4,9% e, para 2019, de 4,7% para 4,59%. Com chance mínima (de apenas 10%, segundo o próprio BC) de cumprir a meta de 4,5% este ano, essa diminuição pode ser lida como o início de uma vitória para a autoridade monetária. O conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Luiz Alberto Machado, ressaltou que a piora das previsões para a inflação deste ano tem sido uma constante – foi a quinta consecutiva – e que o cenário segue negativo. “O governo já jogou a toalha para 2015 e não tem muito o que fazer, mesmo com a previsão de desaceleração da atividade no segundo semestre”, ressaltou. “Não é o ideal, mas é o preço pago pelo que se deixou de fazer nos últimos anos”, continuou. Sobre a melhora das estimativas para os próximos anos, Machado comentou que ela se dá em função da perspectiva positiva que o mercado financeiro depositou no governo em relação ao ajuste fiscal. “Mas caso isso não funcione ou haja um afrouxamento daqui a três anos por questões eleitorais, essas previsões voltam a subir”, alertou.
Juros
Ainda não houve mudança de percepção em relação ao rumo da taxa básica de juros este ano, que deve encerrar em 13,5% ao ano, também de acordo com o boletim. Para 2016, no entanto, os analistas atualizaram suas planilhas e contam agora com uma desaceleração menor da Selic, que deve fechar em 11,75% ao ano. Do lado externo, a boa notícia é que se aguarda um volume maior para o Investimento Direto no País (IDP), fonte de recursos voltados para a produção. Estão previstos US$ 61 bilhões para este ano e US$ 64 bilhões para o próximo – maiores do que as cifras anteriores de US$ 59 bilhões e US$ 60 bilhões, respectivamente. Mesmo assim, as quantias serão insuficientes para cobrirem o rombo projetado, que também aumentou de US$ 80 bilhões para US$ 82,40 bilhões para 2015 e se manteve em US$ 75 bilhões no ano que vem. A despeito de mais uma rodada de deterioração das expectativas para o setor manufatureiro, que deve apresentar recuo de 2,80% em 2015 sobre o ano passado, o relatório revelou uma estabilidade das previsões para o Produto Interno Bruto (PIB). A atividade, conforme o documento, deve ter retração de 1,2%. Para 2016, ficaram congeladas tanto as estimativas para a retomada da produção industrial (1,5%) quanto para a do crescimento (1%).








Fonte: JC

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