A prévia da inflação oficial do País
ultrapassou, em sete meses, o teto da meta perseguida pelo governo para todo o
ano de 2015, que é de 6,5%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -
15 (IPCA-15) já subiu 6,9% no ano até julho, informou ontem o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com mais cinco meses pela frente,
a expectativa de economistas é de que a alta de preços supere os 9% este ano. Esse
patamar já foi atingido no horizonte de 12 meses até julho, período em que
chegou a 9,25%, o maior valor desde dezembro de 2003. Em Curitiba e no Rio, a
alta já é maior que 10%. Na visão de economistas, o avanço se mantém. “Não
teria como fugir dessa realidade. Já era algo dado como certo: em julho do ano
passado o IPCA foi de 0,01% e neste ano a taxa certamente será bem mais
elevada”, destacou o economista Wellington Ramos, da Austin Rating. Ao
considerar apenas o mês de julho, a prévia da inflação oficial perdeu força,
graças aos alimentos, às passagens aéreas, aos combustíveis e ao menor impacto
do reajuste nos jogos lotéricos. A alta foi de 0,59% em julho, contra 0,99% em
junho. No entanto, o arrefecimento da inflação não é convincente, avaliou o
economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Camargo Rosa. Segundo o
especialista, o número de itens que registram aumento nos preços (o chamado
índice de difusão) ainda é elevado. “O índice de difusão está subindo e foi a
68,5%. Isso revela uma persistência inflacionária mais forte ainda”. Além disso, segundo ele, os meses de julho são
caracterizados por uma inflação bem mais branda. Tanto que o resultado anunciado
ontem foi o maior para o mês desde 2008. A pressão veio principalmente de
preços administrados. A energia elétrica ficou 1,91% mais cara, em função de
reajustes em Curitiba e São Paulo. No caso da capital paulista, o impacto nos índices
de inflação está só no começo, já que o aumento passou a vigorar em 4 de julho.
Além disso, a taxa de água e esgoto subiu 4,1% neste mês, devido a aumentos em
sete cidades. O IBGE tem apontado que muitas concessionárias justificam os pedidos
de reajustes com os custos mais elevados com energia elétrica. Sozinhos, os
dois administrados responderam por 0,13 ponto percentual da inflação de julho.
Outro impacto importante foi o aumento nos planos de saúde, diante do reajuste
autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Por outro lado, os
alimentos desaceleraram no mês. Segundo o órgão, produtos como tomate, cenoura,
feijão fradinho, hortaliças, farinha de mandioca, feijão-preto, pescados e óleo
de soja ficaram mais baratos. Mesmo assim, a alta de 0,64% foi considerada
elevada”. Julho é um mês mais fraco, até por conta de alimentos. Mas este ano,
o grupo ficou em 0,64%, quando em julho de 2014 havia registrado queda de
0,03%”, explica a economista Natalia Cotarelli, do banco ABC Brasil.
Fonte:
JC
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