Relatório elaborado
pelo Fórum Econômico Mundial mostra que indicadores do país se deterioraram em
praticamente todos os pilares que sustentam a produtividade.
O Brasil perdeu dezoito posições no ranking
de competitividade do Fórum Econômico Mundial em apenas um ano. O Relatório de
Competitividade Global divulgado nesta terça-feira avalia os principais pilares
das economias mundiais, como estabilidade macroeconômica, educação e solidez
das instituições públicas, e os traduz num índice. Segundo o Fórum, o indicador
do Brasil recuou de 4,3 para 4,1. Com isso, o país passou da 57ª posição entre
os mais competitivos, em 2014, para a 75ª em 2015. Em 2011, no primeiro ano de
governo da presidente Dilma Rousseff, o Brasil ostentava a 53ª posição no
ranking, que avalia anualmente o desempenho de 140 países. O ranking reflete a
piora do desempenho do país não apenas devido à crise econômica, que já
penaliza o emprego, mas também ao recuo de indicadores que vinham em trajetória
de avanço, como educação e saúde. O tombo brasileiro contrasta com o desempenho
de países da América Latina, Ásia e Europa, que também estão sujeitos às
turbulências externas, mas avançam ano a ano em competitividade, como é o caso
do Chile, do Peru, da Colômbia, da Espanha e da própria China. Segundo o levantamento, dos doze quesitos
avaliados para compor o indicador, o Brasil piorou em nove: Educação Superior é
um dos maiores tombos, ao passar da 41ª posição para 93ª; e Saúde e Educação
Primária, saindo de 77ª para 103ª. No quesito Ambiente Macroeconômico, o país
despencou mais de trinta posições em apenas um ano, da 85ª para a 117ª. Apesar
do avanço da Operação Lava Jato, que apura desvios de recursos em órgãos do
governo e estatais, por meio de partidos políticos, o Fórum aponta que a perda
de confiança nas instituições é visível e causou deterioração ainda maior na
classificação do país, fazendo com que houvesse queda de 27 posições em apenas
um ano: agora, o Brasil é o 121º de 140 países no quesito confiança das
instituições.
Entre os três únicos pontos de avanço, o
Brasil ganhou duas posições no pilar de infraestrutura, avançando ao 74º lugar,
enquanto no quesito preparo tecnológico, a alta foi de quatro degraus, para o
54º. O quesito Mercado Interno também subiu, da 9ª para a 7ª posição. O relatório aponta que a queda dos preços das
commodities e a desaceleração da China impactaram os resultados do ranking para
praticamente todos os países do globo, mas ressalta que, em alguns países da
América Latina, notadamente o Brasil, os efeitos se mostram mais graves devido
à gestão insuficiente dos problemas internos. "Uma maior capacidade de
fortalecimento contra futuros choques na região exigirão reformas estruturais e
investimentos em infraestrutura, capacitação e educação", informa o
relatório. O Chile continua a liderar os países do continente, ocupando a 35ª
posição no ranking mundial, à frente de Panamá e Costa Rica.
Brasil fica em 78º lugar em ranking de
qualificação de mão de obra Já na Ásia, curiosamente, a mudança na economia
chinesa não trouxe tantos reveses no aspecto econômico: Cingapura, Japão e Hong
Kong permanecem no top 10 das economias mais competitivas, enquanto a China
também se mantém em 28º lugar. As três economias mais competitivas do mundo
continuam sendo Suíça, Cingapura e Estados Unidos, como no ano passado.
Fonte:
Veja
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