Enquanto o governo tenta aprovar medidas de
ajuste fiscal para evitar um rombo nas contas do próximo ano, o Brasil caminha
para ser, em 2015, a economia emergente com maior déficit nominal em relação ao
Produto Interno Bruto (PIB), segundo levantamento da consultoria britânica Oxford
Economics, enviado ontem a clientes. A consultoria prevê déficit nominal de
7,5% do PIB nas contas públicas neste ano, três pontos percentuais a mais que o
nível do segundo colocado, o México. Pela ordem, os demais países analisados são
Índia, África do Sul, Rússia, China, Malásia, Polônia, Tailândia, Indonésia,
Turquia, Filipinas e Coreia do Sul. O relatório também destaca o nível do
déficit em conta corrente do Brasil em 2015, que está em torno de 4% do PIB e,
embora venha diminuindo ao longo do ano, como resultado de uma demanda menor
por importações, “ainda é alto em relação à média dos emergentes”. A
deterioração dos dois déficits, o fiscal e o de conta corrente, coloca o Brasil
na lista dos quatro emergentes mais vulneráveis a choques externos, ao lado de
Turquia, Rússia e África do Sul, de acordo com a Oxford Economics. “E é provável
que esses quatro países continuem vulneráveis por um bom tempo, já que seus
governos, que enfrentam problemas econômicos, seguem relutantes em implementar reformas”,
diz o economista Simon Knapp, autor do estudo. Knapp afirma que, desde junho,
quando foi realizada a última edição do relatório sobre os emergentes, as
previsões para crescimento econômico ficaram mais cautelosas, com destaque para
o Brasil, devido ao período prolongado de queda na demanda chinesa por
commodities. Dos 13 emergentes, apenas dois devem enfrentar recessão em 2015:
Brasil (queda de 2,5%) e Rússia (recuo de 4%). “No entanto, a vulnerabilidade do
Brasil e da Rússia e suas posições externas só não são piores porque ambos
construíram sólidas reservas em moeda estrangeira durante o ciclo de preços
altos das commodities”, pondera.
Fonte:
JC
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