Desemprego sobe a 8,9%.

No terceiro trimestre do ano, população desocupada cresceu 33,9% ante igual período de 2014, recorde para a série iniciada em 2012, o que significa 2,274 milhões de pessoas a mais procurando vaga. Ao todo, são 8,979 milhões de desempregados no País.

A parcela da população brasileira que está em busca de um emprego cresceu a uma taxa recorde no terceiro trimestre deste ano, comparada com igual período de 2014, e chegou perto de 9 milhões de pessoas, com a recessão no País provocando maior busca por vagas e perdas no rendimento. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que, no terceiro trimestre deste ano, a população desocupada – aqueles que tomaram alguma providência para conseguir trabalho – saltou 33,9% em relação ao igual período de 2014, recorde para a série iniciada em 2012, o que significa 2,274 milhões de pessoas a mais procurando uma vaga, somando ao todo 8,979 milhões. De acordo com a Pnad Contínua, em relação ao segundo trimestre deste ano, o aumento foi de 7,5%. Diante desse cenário, a taxa de desemprego medida pelo levantamento subiu a 8,9% no trimestre passado, renovando o maior patamar histórico pela quinta vez seguida. No segundo trimestre deste ano, a taxa havia ficado em 8,3%, chegando a 8,7% no trimestre até agosto. A leitura também mostrou forte piora em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando o desemprego estava em 6,8%. “As pessoas estão perdendo emprego e tentando se realocar. Há uma dificuldade para se recolocar no mercado”, disse o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo. A expectativa em pesquisa da Reuters feita com economistas era de que o desemprego chegasse a 8,9% no terceiro trimestre. Neste ano o mercado de trabalho não vem conseguindo gerar vagas, ao mesmo tempo em que enfrenta aumento da procura por trabalho num ambiente de inflação e juros elevados que provoca insegurança nos empresários. Ainda segundo a Pnad Contínua, a população ocupada registrou queda de 0,1% nos três meses até setembro sobre o trimestre anterior, atingindo 92,09 milhões de pessoas, e recuo de 0,2% sobre o igual trimestre de 2014. O IBGE adota a comparação com o trimestre imediatamente anterior ao período anunciado para evitar repetição de dados. O nível de ocupação, que mede a parcela da população ocupada em relação àquela em idade de trabalhar, caiu a 56% no trimestre até setembro, contra 56,2% nos três meses até junho. Em relação à renda média real habitual, houve recuo de 1,2% no terceiro trimestre sobre o segundo, e estável sobre o igual intervalo de 2014, para R$ 1.889. Diante da recessão no País, agravada por indefinições fiscais e crise política que afetam as decisões de investimento, nem mesmo o período de fim de ano deve dar algum alento. “Até a virada do ano ainda tende a piorar. O comércio, de onde vem a maioria das contratações temporárias no Natal, está muito fraco e não deve haver melhora como em outros anos”, disse a economista da CM Capital Markets Jessica Strasburg. A pesquisa Focus do Banco Central feito com uma centena de especialistas aponta que a contração do Produto Interno Bruto (PIB) projetada para este ano é de 3,15% e de 2,01% em 2016. Na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, que leva em conta dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do País e que será substituída pela Pnad Contínua no começo do próximo ano, a taxa de desemprego chegou em outubro a 7,9%, maior nível para o mês desde 2007.






Fonte: JC

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