Mercado prevê alta de 0,5 ponto da Selic em março

Segundo o cenário traçado por economistas, taxa teria em seguida mais dois reajustes de 0,25 ponto cada, o que levaria os juros a 15,25% ao ano. Queda só a partir de setembro.

DA AGÊNCIA REUTERS


Diante das persistentes pressões inflacionárias e das sinalizações do Banco Central de que pretende voltar a elevar os juros básicos em breve, economistas passaram a esperar nova alta da Selic em março, de acordo com a pesquisa Focus do BC divulgada ontem, que ouve semanalmente uma centena de economistas. Na semana passada, a expectativa era de que a taxa permanecesse nos atuais 14,25%. A primeira alta da taxa de juros acontecerá em março, de 0,5 ponto percentual, segundo o cenário traçado na pesquisa, com outras duas de 0,25 ponto cada em seguida, o que levaria a Selic a 15,25%. Segundo o levantamento, a taxa básica voltaria a cair a partir de setembro. Com a própria autoridade monetária piorando suas estimativas para a inflação e adotando retórica cada vez mais dura, o mercado de Certificados de Depósitos Interbancá- rios (DIs) já vinha precificando pelo menos três aumentos de 0,5 ponto percentual na taxa a partir de janeiro. Mesmo com a expectativa de aperto monetário, as estimativas para a inflação não arrefecem. A projeção para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no fim de 2016 agora é de 6,8%, 0,1 ponto percentual maior do que na semana anterior. Para 2015, a estimativa passou a 10,61%, contra 10,44%. Nos dois anos, a inflação estouraria o teto da meta, que é de 4,5% pelo IPCA, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Em novembro, a inflação superou dois dígitos pela primeira vez em 12 anos, chegando a 10,48% no acumulado em 12 meses. Para 2017, o Focus aponta expectativa de que o IPCA subirá 5,1%, acima do centro da meta oficial, de 4,5%, mas com tolerância de 1,5 ponto percentual. As perspectivas de inflação permanecem elevadas mesmo diante do cenário de deteriora- ção da economia. Para este ano a projeção dos analistas para o Produto Interno Bruto (PIB) agora é de contração de 3,62% na pesquisa divulgada ontem, contra queda de 3,5% na no levantamento anterior. Para 2016 é esperada retra- ção de 2,67%, contra recuo de 2,31% anteriormente, com forte piora do desempenho da produção industrial. A perspectiva para o setor no ano que vem é de queda de 3,45%, contra recuo de 2,4% antes.

Fonte: JC

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