Segundo o documento,
a América Latina só vai recuperar o crescimento a partir de 2017.
A economia do Brasil deve ter encolhido 3,7%
em 2015 e vai recuar outros 2,5% este ano — a maior queda da América Latina —
segundo o relatório “Perspectivas Econômicas Globais” do Banco Mundial (Bird),
divulgado nesta quarta-feira. O órgão internacional destacou o risco de uma
prolongada debilidade econômica no país e na Venezuela que “estão lidando com
uma inflação alta e contração da atividade, que se une a desequilíbrios
macroeconômicos e incerteza política”. A economia da América Latina e do Caribe
deve paralisar este ano após contração de 0,9% em 2015, tornando-se a região
emergente com pior desempenho, de acordo com as informações publicadas. “O
investimento no Brasil vem caindo desde 2013 devido à perda de confiança de
investidores, que foram exacerbadas em 2015 pelo avanço das investigações no
escândalo da Petrobras. O aperto monetário e fiscal, aceleração da inflação e
preocupações sobre crescimento do déficit fiscal também pesaram no
investimento”, afirma o relatório. Segundo o Banco Mundial, “a atual recessão
no Brasil deve se estender em 2016. A volta do crescimento é esperada em 2017”,
com avanço do PIB de 1,4%. O órgão afirma que o “Brasil continua a lutar contra
a incerteza política, já que o governo enfrenta obstáculos quanto a medidas de
austeridade fiscal no Congresso. A previsão, no entanto, supõe que uma eventual
reancoragem das expectativas de inflação e o estreitamento do déficit fiscal
vão amenizar a necessidade por ajustes monetários e fiscais no futuro”. Segundo
o documento, a América Latina só vai recuperar o crescimento a partir de 2017.
Este ano, o crescimento da região deve ser de 0,1%, devido a contrações geradas
pelas crises no Brasil e na Venezuela, e pelo avanço moderado no México, na
América Central e no Caribe. O Banco Mundial reduziu as previsões para o
próximo ano em toda a América Latina e na maioria dos países com relação as
projeções de outubro. A entidade vê “um equilíbrio de riscos para os
prognósticos regionais que se inclina fortemente para baixo”. O organismo multilateral
alerta para os perigos da volatilidade financeira, uma desaceleração de grandes
parceiros comerciais, uma prolongada redução de preços de matérias-primas, além
dos possíveis efeitos adversos do fenômeno climático El Niño. Segundo o
documento, a economia mundial deve se expandir 2,9% em 2016, menos do que a
previsão de 3,3% em junho, mas acima dos 2,4% esperados em 2015. A América do
Sul deve, por sua vez, se retrair 2,1% em 2015 e 1,1% este ano.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário