O
Brasil registrou quase
3 milhões a mais de
desempregados no
trimestre encerrado
em janeiro na comparação
com igual período de 2015,
levando a taxa de desemprego
a 9,5% com novas perdas
no rendimento, em meio ao
cenário de forte recessão e
inflação elevada.
Com isso, a taxa medida pela
Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios Contínua renovou
mais uma vez o maior nível
da série iniciada em 2012 pelo
Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). No
quarto trimestre de 2015, a taxa
havia sido de 9%, a mesma dos
três meses até outubro. Nos
três meses até janeiro de 2015,
o desemprego havia ficado em
6,8%. A leitura de agora, divulgada
nesta quinta-feira pelo
IBGE, ficou um pouco acima
da expectativa em pesquisa da
Reuters, de 9,3% segundo a mediana
das projeções.
A Pnad Contínua mostrou
que o número de desempregados
no trimestre móvel até janeiro
chegou a 9,623 milhões
de pessoas, 6% – ou 545 mil pessoas
– a mais do que nos três
meses até outubro. Em relação
aos três meses até janeiro de
2015, o salto foi de 42,3%, ou
2,859 milhões de pessoas a mais
procurando uma colocação no
mercado de trabalho, ambos
números recordes na pesquisa.
Já a população ocupada
caiu 0,7% no trimestre até janeiro
ante o período imediatamente
anterior, chegando a 91,650 milhões de pessoas, e
recuou 1,1% sobre o igual intervalo
do ano anterior.
Renda menor
A Pnad Contínua mostrou
ainda que o rendimento médio
da população ocupada recuou
a R$ 1.939 mensais, queda de
0,5% sobre o trimestre até outubro
e de 2,4% em relação ao
igual período do ano anterior.
Analistas consideram que o
mercado de trabalho deve se
deteriorar ainda mais ao longo
deste ano, dada a expectativa
de profunda retração da economia.
Pesquisa Focus do Banco
Central, que ouve semanalmente
uma centena de economistas,
aponta que a expectativa
é de que o Produto Interno
Bruto (PIB) sofra contração de
3,6% este ano, depois de despencar
3,8% em 2015.
O cenário de grave crise polí-
tica enfraquece ainda mais a
confiança de forma generalizada,
afetando as decisões de investimento
e contratações. “A
expectativa é de que as condi-
ções do mercado de trabalho se
deteriorem mais, com a taxa de
desemprego alcançando dois
dígitos no curto prazo, dada a
expectativa de que a economia
tenha outra profunda contra-
ção em 2016”, projetou o diretor
de pesquisa econômica do Goldman
Sachs para América Latina,
Alberto Ramos, em nota.
A Pnad Contínua substituirá
a partir de agora a Pesquisa
Mensal de Emprego (PME),
que leva em consideração
apenas as regiões metropolitanas
de Recife, Salvador, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro,
São Paulo e Porto Alegre. A última
divulgação da PME ocorreu
na quarta-feira, apontando
taxa de desemprego de
8,2% em fevereiro.
Fonte: JC
Nenhum comentário:
Postar um comentário