Setor elétrico espera privatizações com saída de Dilma

              A aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados no domingo cria no setor elétrico expectativas sobre o que seria um eventual governo liderado pelo hoje vice-presidente Michel Temer.
Embora não se espere uma grande reformulação da política para o segmento, o mercado aposta em ajustes na regulamentação e em privatizações.

O presidente do Fórum de Associações do Setor Elétrico (Fase), Mario Menel, que representa investidores em energia junto ao governo, tem opinião semelhante.
"Essa insegurança não é boa para ninguém, tem que passar essa fase o mais rapidamente possível para que tenhamos mínimas condições de ter um ambiente de negócios... hoje o ambiente está muito ruim, tanto que você tem um excesso de ativos à venda no setor elétrico", afirmou.
Não há, contudo, perspectivas de grandes rupturas em um novo governo. A aposta é principalmente na retomada de debates sobre ajustes na regulação, que pouco avançaram nos últimos anos, após uma década do setor sob forte influência de Dilma --primeiro como ministra de Minas e Energia do governo Lula e depois como chefe da Casa Civil e presidente.
O analista de energia da Haitong Securities, Sergio Tamashiro, explicou que as expectativas são contidas porque o setor é fortemente regulado e os diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda têm longos períodos no cargo.
"Nos últimos 20 anos a regulação vem sofrendo constante desenvolvimento... duvido que isso vá parar, sempre vai ter aspectos a ser melhorados, mas não é uma ruptura, é uma constante negociação", disse Tamashiro.
O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, indicação pessoal de Dilma, fica até 2018 na agência, assim como outros três diretores, enquanto apenas um tem mandato a expirar em 2017.
Já o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, dificilmente seguirá no cargo. Apesar de ser do PMDB, partido de Temer, ele defendeu Dilma na semana passada e qualificou o impeachment como processo movido "por razões políticas".

Fonte: Exame

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