Polícia Civil do RJ tem serviço de rádio cancelado por falta de pagamento


Sem a comunicação, os policiais terão apenas o próprio celular particular para acionar a central em casos de emergência.




As condições de trabalho dos policiais civis tiveram mais um baque: a corporação cancelou o serviço de comunicação por rádios Nextel do Centro de Comunicações e Operações, o Cecopol. As linhas eram utilizadas por agentes para entrar em contato com a central, mas, após a suspensão do serviço, os policiais agora devem ligar para o Cecopol usando seus telefones particulares.

A informação que circula entre os agentes é que as linhas foram cortadas por falta de pagamento. A CBN teve acesso a uma conversa na qual um policial civil tenta entrar em contato com o Cecopol. Na gravação, um dos servidores relata o corte do serviço.

O Cecopol é uma central que controla as informações radiofônicas da corporação e dá apoio às unidades da Polícia Civil, fazendo a integração com outros órgãos de segurança.

O Sindicato dos Policiais Civis afirmou que, como os carros mais novos da polícia não têm mais rádios fixos, o cancelamento das linhas móveis prejudica o trabalho dos agentes e deixa o atendimento às ocorrências mais lento. O diretor do Sinpol, Fernando Bandeira, disse que a decisão coloca os policiais em risco porque dificulta, por exemplo, pedidos de ajuda em casos de emergência.

- Ele está arriscado a ficar isolado. O celular dele pessoal talvez não funcione, às vezes o telefone para que ele está ligando também está ocupado. É um risco muito grande, mais um entre os riscos que esses policiais enfrentam, além de ser perigoso também para as pessoas que este policial esteja atendendo na delegacia, na viatura.

Já o antropólogo Paulo Storani, especialista em segurança pública, disse que a medida adotada pela polícia é sinal de que a corporação não prioriza a comunicação como ferramenta para cumprir as demandas. Storani considera necessário que a Polícia Civil explique a decisão para os agentes e para a população. Além disso, segundo o antropólogo, o estado deve garantir uma forma de comunicação alternativa após o cancelamento das linhas.

- É preocupante porque, quanto mais ferramentas à disposição do policial, significa segurança no final das contas. Mas se houve uma decisão nesse sentido, cabe uma explicação da Polícia Civil à sociedade, pelo problema econômico e financeiro do estado. Com o estado falido, as instituições policiais terão de tomar decisões que com certeza trarão prejuízo para a atividade profissional. Não é possível que simplesmente se termine uma atividade como essa sem uma alternativa.

A Polícia Civil confirmou o corte das linhas, mas alegou que isso foi feito por "falta de uso". O Cecopol afirmou que a comunicação com a central deve ser feita apenas através de telefone e rádios fixos nas unidades. A Secretaria estadual de Fazenda e a Polícia Civil não souberam informar quanto era gasto com o serviço dos rádios.







Fonte; CBN

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