O mercado financeiro já trabalhava com a perspectiva, ainda
que remota, de vitória de Bolsonaro no 1º turno, e sinalizou isto com a
descrença quase que absoluta nas pesquisas eleitorais, acreditando que não
sinalizavam a efetiva tendência do eleitorado brasileiro.
Agora após a mais recente pesquisa IBOPE (segunda feira),
que pareceu redimir-se parcialmente de apurações anteriores, o mercado
financeiro intensifica a convicção e o sentimento de que o pleito será definido
efetivamente no 1º turno, e revela isto pelo comportamento na B3 e na formação
do preço do dólar, devendo afetar também a curva do juro com a redução do
prêmio de risco.
Em linha a nova pesquisa DATAFOLHA de ontem confirmou
totalmente o que o IBOPE havia sinalizado com o crescimento do candidato
Bolsonaro.
Há um “sentimento contagiante” presente e crescente que
parece estar levando o eleitorado brasileiro a comportar-se com fortíssima
tendência de apoio ao candidato do PSL, inclusive com forte migração de votos
antes destinados a outros candidatos.
A percepção silenciosa desta realidade já advinha da
“leitura” de que a intensificação massiva das críticas e considerações
desfavoráveis ao candidato visando sua desconstrução atestavam, de forma
incontestável, que a percepção dos demais concorrentes era de que o crescimento
do mesmo era muito consistente a ponto de encerrar a disputa já no 1º turno,
por isso o esforço crítico.
A pesquisa IBOPE alinhou-se, ainda que em menor intensidade
do que a expectativa presente, com a convicção do mercado financeiro de que o
resultado desta eleição “está dado”, por isso deixou de lado a postura
defensiva/conservadora na B3 e retomou a dinâmica de forte demanda por ações,
ao mesmo tempo em que os “especuladores comprados” em dólar ficaram numa
situação desfavorável e tendentes ao desmonte das posições especulativas
intensificando as vendas e impactando fortemente no preço do dólar,
depreciando-o. Estamos vendo um “go and stop” no processo do desmonte, mas o
temor de perda maior acaba por impulsionar o movimento, que se se destemperar
se torna “efeito manada”.
A evidência de que toda a elevação do preço da moeda
americana estava alicerçada em movimento especulativo fica evidente agora, pois
quem está comprado para “hedge” não tem com o que se preocupar, visto que o
preço de sua proteção está dado e se perde no “hedge” ganha no mercado físico.
Os comprados “não hedge” que se posicionaram só para
especular estão sob intenso risco de perda, pois o “vendidos” vão pressionar
fortemente a baixa e os submeter até a prejuízos. Aliás, tivemos oportunidade
de alertar para este fato antes mesmo da derrocada do preço, ao sinalizar que
quem detinha posição especulativa comprada estava sob risco.
Seja já ou daqui a pouco o preço da moeda americana será
desinflada totalmente e retornará ao preço de equilíbrio de R$ 3,80, podendo
chegar a R$ 3,90 até mesmo antes da eleição do próximo domingo.
Um forte desapontamento para os que, sem fundamentos, chegaram
a propagar a possibilidade do preço do dólar atingir R$ 5,00 ou mais.
Desta vez, nesta eleição, como salientamos durante todo o
período antecedente às eleições, o preço da moeda americana não seria a melhor
aposta, visto que a situação cambial do Brasil e suas contas externas não o
sancionavam como o correto sensor dos temores e tensões, que poderia ter até
imposto ao comportamento da B3 movimento de realização, o que não ocorreu
devido os investidores estrangeiros estarem “hedge” e serenos para ver a
tendência eleitoral, mas ocorreu no mercado de juro onde o prêmio de risco foi
fortemente elevado, e que agora tende a ajuste.
Ainda haverá umas 6 ou sete pesquisas, e os demais
candidatos deverão continuar tentando desconstruir o candidato favorito, mas
tudo leva a crer que o movimento migratório pró candidato deve até
intensificar-se e a expectativa é que as pesquisas revelem maior acurácia nos
seus resultados.
Acreditamos que o movimento especulativo ocorrido tende a se
exaurir totalmente, com o preço da moeda americana voltando ao seu preço de
equilíbrio em torno de R$ 3,80, quem sabe no primeiro momento até ligeiramente
abaixo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário