Mercado volta a ampliar queda do PIB e da inflação no fechamento do ano


O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (25) a edição semanal do Boletim Focus, com os analistas de mercado prevendo novas reduções nas estimativas do crescimento da economia e do IPCA em 2020, além da elevação da expectativa de fechamento do dólar, reforçando o cenário de crise econômica sob os efeitos das medidas de combate à pandemia do coronavírus.
PIB
O avanço da Covid-19 no Brasil e a continuidade da restrição de circulação de pessoas fez com que os analistas de mercado cortassem pela décima quinta semana seguida a projeção de queda do PIB brasileiro no ano. Os economistas ouvidos pelo BC agora projetam uma queda de 5,89% do PIB em 2020, contra 5,12% da semana passada. Há quatro semanas, a estimativa estava em -3,34%, dando sinais claros dos sinais de enfraquecimento do país em meio a medidas de isolamento social para conter avanço do surto e Covid-19. Para 2021, a estimativa avançou de 3,20% para 3,50%, e se manteve em 2,50% para 2022 e 2023.
Inflação
Os analistas novamente levaram para baixo a estimativa da inflação oficial, de 1,59% da projeção da semana passada para 1,57%. Há quatro semanas, a aposta era de um IPCA a 2,10% no fim do ano. A aposta para o fechamento do ano-calendário segue abaixo do centro da meta de 4,00% e abaixo do da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Houve redução nas estimativas de inflação para 2021, com os analistas estimando o IPCA em 3,14% e não mais 3,20%. A estimativa também fica abaixo do centro da meta de inflação estipulado para o ano que vem, de 3,75%.
Selic
O constante cenário de deterioração das projeções do PIB e IPCA - especialmente da inflação no próximo ano, horizonte da política monetária - suportam renovadas apostas de corte da Selic na próxima reunião do Copom. Seguindo a última decisão da autoridade monetária, que surpreendeu o mercado ao cortar a Selic em 0,75 ponto percentual, de 3,75% para 3,00% ao ano, os economistas consultados pelo Focus esperam o final do ciclo de ultra afrouxamento monetário em 2,25% em 2020, com um corte adicional de 0,75 ponto percentual na próxima reunião em junho.
Há quatro semanas, a expectativa era que a Selic fechasse 2020 em 3,00%. O texto da última decisão do BC limita o atual ciclo de flexibilização com a taxa Selic em 2,25% ao ano.
Os analistas também estimam que o ciclo da alta de juros se inicie ano que vem, com uma Selic a 3,29% no fim de 2021. Já para 2022 caiu de 5,25% para 5,13%, e a de 2023 se manteve em 6,00%.
Dólar
Em relação ao dólar, as apostas de 2020 foram elevadas de R$ 5,28 para R$ 5,40, após encerrar 2019 a R$ 4,0195. A moeda americana iniciou o forte período de volatilidade após o Carnaval, quebrando sucessivos recordes máximos de fechamento, chegando a se aproximar de R$ 6,00 há duas semanas. Há quatro semanas, os analistas projetavam um dólar a R$ 4,80 no fim do ano. No ano que vem, as estimativas foram elevadas para R$ 5,03.

FONTE: investing.com

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