A
internet representa a maior revolução na comunicação humana desde que Johannes
Gutenberg construiu a primeira prensa móvel em 1.440 possibilitando a
disseminação de informação em massa, graças à impressão de livros em larga
escala, o que desencadeou um processo revolucionário que derrubou sistemas
políticos, criou novas ideias, economias, religiões, costumes…
Atualmente
somos protagonistas de uma revolução maior ainda, desencadeada a partir do
surgimento deste novo meio de comunicação, o mais completo já concebido pela
tecnologia humana: a Internet, que conjuga a interatividade e a massividade, possibilitando
que todos sejam, ao mesmo tempo, emissores e receptores da mensagem. É a aldeia
global de McLuhan concretizada muito além do que ele havia previsto. Nos
últimos cinco anos, período em que a Internet evoluiu e se difundiu mais do que
nos 15 anteriores, a comunicação em todo o mundo tornou-se mais rápida,
inteligente e efetiva, gerando grandes transformações no mercado de comunicação
– mídias sociais, novos hábitos de compras, mudanças na relação de poder, na
forma de consumir, revoluções políticas. Estes são apenas os primeiros passos
de um processo que promete ser duradouro. A Internet já é o “continente” mais populoso
do planeta, com 2,3 bilhões de “habitantes”, e sua maior Rede Social, o
Facebook, é o 3º maior “país” do mundo, com mais de 900 milhões de “habitantes”
e uma previsão de ultrapassar 1 bilhão ainda neste ano. Neste novo continente,
repleto de vias duplas de comunicação, todos podem construir, escrever, falar e
serem ouvidos, vistos, lidos. Por todos, entenda-se aqueles que lá se
encontram, que dispõem de acessibilidade. No entanto, uma parcela da população
mundial ainda encontra-se excluída deste processo, sem condições de acesso a
este novo mundo. No Brasil, isso se traduz em quase metade da população. Para
transformar esta realidade, é necessário um esforço dos administradores
públicos em direção à implantação de políticas de inclusão social e de amparo à
oitava meta do milênio, que traça objetivos em relação à conectividade. Em um
ranking que avalia a inclusão digital de 150 países, o Brasil está na 72ª
colocação, na média da América Latina. A pesquisa foi feita pela Fundação
Getúlio Vargas, e mostra que
51,2% da população têm acesso à internet, computador em casa, telefone fixo ou
celular – não necessariamente todos juntos. O percentual está pouco acima da
média global do grupo de países avaliados, que é de 49,1%. A pesquisa mostra a
existência de uma relação entre inclusão digital e felicidade. A cada 10% de
ganho no Índice Integrado de Telefonia, Internet e Celular (ITIC), a felicidade
presente sobe para 2,2%. Dos países pesquisados, o Brasil é o que tem menor
ligação entre felicidade presente e acesso à telefonia. A pesquisa ainda indica
que o principal objetivo de quem se conecta na internet é a comunicação
(37,3%), seguido por lazer (29,6%), leitura de jornais e revistas e busca de
informação (28,7%) e educação e aprendizado (28,1%). O país com maior índice de
acesso às tecnologias de informação e comunicação (ITICs) é a Suécia, com
95,7%. O Brasil, com 51,2%, está atrás de países como Kuwait (86,5%), Emirados
Árabes (85,75%), Venezuela (63,2%), Chile (56,5%), Argentina (55,2%), Uruguai (55,2%),
China (53%) e Colômbia (52%). Se excluído o acesso ao celular no ITIC, há alterações
nos países em pior colocação. Isso porque o celular tem peso significativo no
índice de tecnologias e comunicação de países, sobretudo, da África. No
continente, as taxas de acesso à internet e telefone fixo ficam, na maioria dos
países, em até 12%. No comparativo do Brasil, as populações das cidades com
melhor e pior índices de acesso à internet, computador em casa, telefone fixo
ou celular são: Fernando Falcão, no Maranhão, com 3,7%, e, no outro extremo,
São Caetano, em São Paulo, com 82,6%. Santa Catarina apresenta o melhor
desempenho nacional e destaca-se pela qualidade, já que 58,65% de seus
computadores ligados à rede usam banda larga. Este resultado pode ser atribuído
ao polo de tecnologia da informação e ao desempenho de suas universidades,
fatores aliados à condição econômica da população, já que o estudo da FGV
classifica a internet como uma marca das classes A e B, predominantes em
Florianópolis que é a capital com maior inclusão (77,1%). Florianópolis é
também o segundo município do país em casas com computadores e o quarto em
residências com internet. Esses resultados também significam melhor mão de
obra, população informada e com maior capacidade de aprendizado. Sabemos que a
inclusão digital faz uma diferença enorme na vida das pessoas, que se tornam
muito mais preparadas intelectualmente, mais capacitadas e com melhores
condições de conseguir um bom emprego. Por outro lado, a exclusão digital se
apresenta como um dos maiores desafios deste século. É urgente que haja uma democratização
das novas tecnologias.
Fonte: JC
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