BC quer pagamento de contas por celular


O Banco Central enviará a presidente Dilma Rousseff, nos próximos dias, uma proposta de lei que regulamenta o pagamentos de contas por meio de telefone celular. Ontem, durante o IV Fórum de Inclusão Financeira promovido pela instituição, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, informou que o texto do documento estará pronto para ser encaminhado ao Palácio do Planalto. Segundo ele, a nova modalidade poderá resultar em redução de preços, conveniência, melhora do serviço e ampliação da inclusão financeira. Uma das principais preocupações do BC, no entanto, é a segurança da operação. A instituição quer criar regras que diminuam o risco de fraude nos pagamentos. Quando passar a funcionar como meio de pagamento, o celular poderá substituir cartões e dinheiro em alguns estabelecimentos. Além disso, significará economia para comerciantes, já que o aparelho tem potencial para ser usado no lugar das "maquininhas de cartão", pelas quais os lojistas pagam, em média, 5% do valor das vendas. "A crescente participação de empresas não financeiras na prestação de serviços de pagamento é uma realidade", disse Tombini. "Entretanto, há riscos inerentes às atividades relacionadas aos serviços de pagamento que merecem ser corretamente dimensionados e mitigados", avaliou. Para o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, as novas regras para pagamento de contar por meio de telefones móveis devem levar a uma redução de custos aos lojistas. Ele exemplificou com o aluguel das máquinas de cartão, já que esses aparelhos poderão ser substituídos pelo celular. "Hoje se gasta muito com as máquinas de cartão. Vai ser uma opção a mais. Isso vai forçar a redução de tarifas", argumentou. Ele afirmou ainda que os beneficiários do Bolsa Família e da Previdência Social terão a opção de receber seus recursos em forma de créditos no celular. Maximiliano Martinhão, secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, defendeu que, a despeito da segurança necessária, as regras e o funcionamento desse meio de pagamento sejam simples para que cumpra o papel de acelerar a inclusão financeira no Brasil. "Os usuários sabem como usar um celular e as regras do serviço. Portanto, na criação de um modelo de pagamento via celular, as regras têm de ser tão simples quanto a recarga de um aparelho pré-pago", afirmou. No seu entender, do ponto de vista das "características desejáveis", uma necessidade é que esse modelo de pagamento seja de baixo custo. Para Raul Francisco Moreira, diretor de Cartões do Banco do Brasil e Vice Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o celular, enquanto meio de pagamento, não deve substituir os cartões de crédito. Na avaliação dele, será uma alternativa complementar ao consumidor. "Os dispositivos móveis vem para ampliar os acesso aos meios de pagamento", ponderou. Ele explicou ainda que a Abecs e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ainda não tiveram uma conversa institucional com as operadoras de telefonia sobre o tema, mas disse que consultas individuais têm ocorrido.
Fundo garantidor
Alexandre Tombini anunciou ainda a criação do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). Esse mecanismo terá o objetivo de dar mais segurança às operações das cooperativas e deverá funcionar de maneira semelhante ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC) dos bancos, que protege aplicações de até R$ 70 mil para as pessoas físicas e de até R$ 20 milhões para os Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE), de grandes investidores. Tombini, no entanto, não detalhou as regras do FGCoop. Explicou apenas que o objetivo é garantir os depósitos do segmento em caso de quebra de alguma instituição, além de, em um segundo momento, apoiar operações de assistência e suporte financeiro.

Fonte: JC


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