A presidente Dilma Rousseff deveria demitir o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, se for pragmática como ela própria insiste, defende a revista
britânica The Economist em sua edição impressa desta sexta-feira. Em artigo sobre
o fraco desempenho do crescimento do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) brasileiro
no terceiro trimestre, a publicação observa que o Banco Central poderá se sentir
tentado a reagir ao baixo crescimento com outro corte de juros, mas afirma que
isso seria um erro. “A despeito dos esforços oficiais crescentes de estímulo, a
criatura moribunda (o PIB) cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre, metade do
número projetado pelo ministro Guido Mantega”, diz a revista logo no primeiro
parágrafo da matéria.
Custo Brasil
Para a Economist, em vez de cortar juros o governo deveria redobrar
os esforços para cortar o custo Brasil, deixando que o espírito animal do setor
privado aflorasse. "A preocupação é que a própria presidente esteja
interferindo (na política monetária), mas ela insiste que é pragmática. Se é
assim, ela deveria demitir Mantega, cujas projeções excessivamente otimistas perderam
a confiança dos investidores, e indicar uma nova equipe capaz de recuperar a
confiança dos empresários", recomenda. A publicação destaca que, a
despeito de todas as medidas do governo para melhorar a competitividade do
País, o investimento caiu em cada um dos últimos cinco trimestres. Agora, o
investimento corresponde a 18,7% do PIB, em comparação a taxas de 30% no Peru
em 2011 e 27% no Chile e Colômbia, as economias de crescimento acelerado da
América Latina. Economist afirma que os empresários estão cautelosos porque o
governo interfere demais. “Um exemplo é seu aparente desejo de diminuir o
retorno sobre os investimentos por decreto, e não apenas para os bancos como também
para empresas de energia e outras companhias de infraestrutura”, destaca a publicação.
A publicação afirma ainda que a esperança de Dilma parece ser que o pleno emprego
e o aumento no salário real serão suficientes para lhe garantir um segundo mandato
em 2014, mas isso depende do crescimento renovado. "Lula garantiu um
segundo mandato porque suas políticas tiraram milhões de brasileiros da pobreza.
De forma semelhante, o eleitorado recompensou Fernando Henrique Cardoso porque
ele cortou a inflação. E Dilma Rousseff? Os eleitores poderão avaliar que na
tentativa de equilibrar tantas bolas econômicas, ela deixou cair a maioria delas",
conclui a revista.
Fonte: JC
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