Governo mudará regras para fundos


O governo vai reformular as regras de aplicação dos investimentos dos fundos de previdência aberta, conhecidos como PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Essa é uma segunda etapa de medidas para o setor iniciada no começo do ano, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) passou a exigir redução do volume de dinheiro aplicado em ativos que pagam a variação da taxa básica de juros (Selic) ou a taxa cobrada em empréstimos entre bancos, o Depósito Interbancário (DI). O governo prepara agora mudanças na Resolução 3.308 do CMN que trata dos limites máximos que os fundos podem aplicar em renda fixa, variável e imóveis. As regras de investimento existem para proteger o dinheiro dos participantes dos fundos. A resolução é de 2005 e o governo avalia que as regras estão defasadas para o momento econômico do País, de taxa de juros mais baixa. Para os administradores desses fundos, as regras dificultam o trabalho de gestão na busca de maior rentabilidade. O montante investido nesse mercado no Brasil soma cerca de R$ 310 bilhões. "Já estamos engajados numa discussão com o setor para fazer uma reformulação mais ampla da resolução que regulamenta os investimentos do setor", disse o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Pablo Fonseca. Segundo ele, a mudança feita no início do ano foi pontual, e o entendimento é que é necessária uma reformulação mais ampla. "A resolução foi elaborada em um rescaldo de um outro momento e, de fato, cria amarras desnecessárias aos gestores", admitiu. Pela resolução em vigor, os fundos de previdência privada podem investir até 100% em títulos públicos. Se desejarem fazer um mix das aplicações, devem respeitar alguns tetos, como o de até 49% em renda variável; até 8% em imóveis urbanos; até 10% em contas de fundos de investimento imobiliário; e até 80% em certificados e recibos de depósito bancário, letras de câmbio, hipotecária, de crédito imobiliário e debêntures, entre outros ativos de renda fixa.
Flexibilidade
O governo vai mexer nas composições dos limites e alguns podem ser elevados. "Ainda não temos mapeado. Vamos sentar com os gestores e ver o que podemos fazer nesse sentido neste momento, justamente para dar flexibilidade", disse Fonseca. Segundo ele, 49% de investimentos máximos em renda variável é um percentual considerado baixo pelo mercado. O benefício fiscal do PGBL é limitado a 12% da renda do investidor e vale para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda. Já o VGBL atende às pessoas que fazem a declaração simplificada do IR e também para quem faz depósitos acima de 12% da renda anual. O benefício fiscal do VGBL é tributar apenas o rendimento do fundo no momento do resgate. As mudanças na previdência privada aberta não mexem nas regras dos fundos de pensão (fechada). A previdência aberta foi o segmento que mais captou no ano passado. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a entrada de recursos no segmento foi de R$ 35 bilhões em 2012, seguida por R$ 21,1 bilhões em investimentos em multimercados e por R$ 18 bilhões em participações.

Fonte: JC

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