Informação foi
divulgada nesta sexta-feira pelo Banco Central. Recuo está relacionado com
queda da taxa de captação dos bancos.
Os
juros bancários médios dos empréstimos para pessoas físicas, com recursos livres
(que excluem habitação, BNDES e crédito rural), recuaram pelo segundo mês
consecutivo em abril e atingiram 34,4% ao ano, com queda de 0,1 ponto
percentual frente a março (34,5% ao ano), de acordo com informações divulgadas
nesta sexta-feira (24) pelo Banco Central. Trata-se do menor patamar desde
dezembro do ano passado (33,9% ao ano). Os números da autoridade monetária
mostram que a queda dos juros cobrados pelos bancos das pessoas físicas, em
abril deste ano, está relacionado com o recuo do seu custo de captação. Ou
seja, com o fato de que as instituições financeiras também pagaram menos pelos
recursos. Dados do BC mostram que a taxa de captação dos bancos recuou 0,2
ponto percentual em abril, de 9,1% para 8,9% ao ano. A queda na taxa de
captação aconteceu apesar do aumento dos juros básicos da economia, fixados
pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do próprio Banco Central. No mês
passado, o juro básico avançou 0,25 ponto percentual, para 7,5% ao ano, no
primeiro aumento desde 2011. O mercado financeiro acreditava majoritariamente,
porém, que a alta seria maior em abril: de 0,5 ponto percentual nos juros
básicos. Com isso, já vinham pagando, antes mesmo da elevação propriamente
dita, mais para captar recursos no mercado financeiro. No acumulado deste ano,
por exemplo, o custo de captação dos bancos subiu 0,6 ponto percentual nas
operações com pessoas físicas. "É possível que tenha havido alguma
antecipação [dos bancos] com impacto na curva de juros [que serve de base para
as captações de recursos das instituições financeiras]", declarou Tulio Maciel,
chefe do Departamento Econômico do Banco Central.
Taxa média de empresas e
geral
No
caso das operações dos bancos com as empresas, ainda com base nos chamados
"recursos livres", a taxa média somou 19,2% ao ano em abril – com
alta de 0,4 ponto percentual frente ao patamar de março (18,8% ao ano). É o
maior valor desde agosto do ano passado, quando somou 19,5% ao ano. Por conta
da alta das taxas de juros para empresas, também avançou, em abril deste ano, a
taxa média geral de todas as operações com recursos livres, que somou 26,3% ao
ano no mês passado, contra 26,1% ao ano em março. É o maior valor desde
fevereiro deste ano (26,5% ao ano).
Principais linhas de
crédito
Os
números divulgados pelo Banco Central mostram que também recuaram, em abril
deste ano, as taxas de juros das principais linhas de crédito destinadas às
pessoas físicas. Os juros do cheque especial pessoa física, por exemplo, uma
das modalidades mais caras do mercado, passaram de 137,9% ao ano em março para
136,8% ao ano em abril. A taxa do crédito pessoal, por sua vez, recuou 0,3
ponto percentual no mês passado, para 67,7% ao ano, contra 68% ao ano em março.
Ao mesmo tempo, a taxa de juros do crédito consignado (desconto na folha de
pagamentos) caiu 0,3 ponto percentual em abril, para 24,3% ao ano, contra 24,6% ao ano em março. No caso das linhas de
crédito para empresas, porém, houve aumento na maior parte dos casos. A taxa
para desconto de duplicata, por exemplo, subiu de 27,2% ao ano em março para
27,3% ao ano no mês passado. Já os juros para capital de giro avançaram 0,6
ponto percentual em abril, para 16,4% ao ano. Para cheque especial de pessoas
jurídicas, entretanto, houve queda de 1,2 ponto percentual, para 144,9% ao ano.
Nova metodologia
A
autoridade monetária mudou, no início deste ano, o formato de registro dos
dados relativos aos juros bancários e, ao mesmo tempo, também desativou a série
histórica que vigorava anteriormente. Pela nova metodologia, as operações com
recursos livres (que não têm relação com o crédito direcionado, que é rural,
BNDES e habitação) passaram a englobar algumas modalidades de empréstimos, como
arrendamento mercantil (leasing), descontos de cheques (operações que se
assemelham com "factoring"), além de cheque especial pessoa jurídica
e antecipação de faturas de cartão.
Fonte: G1
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