Prévia do PIB não é suficiente para animar

IBC-Br do Banco Central atinge 0,84% em abril, menor que em março (1,07%), e reforça as projeções de analistas do mercado de que o Brasil crescerá em torno de 2,5% este ano
A economia brasileira voltou a crescer, mas o ritmo ainda é insuficiente para animar os investidores ou trazer confiança ao governo. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – indicador que tenta prever o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) –, o País cresceu 0,84% em abril. No mês anterior, o aumento foi mais forte, de 1,07%. Apesar da taxa menor, o dado veio dentro da expectativa do mercado financeiro e, segundo analistas, reforça as projeções de que o Brasil expandirá em torno de 2,5% em 2013. A preocupação  do Executivo agora é evitar que também essa previsão, já inferior ao que era esperado no início do ano, seja frustrada nos próximos meses. Além dos números de investimento, que a despeito de alguma melhora no primeiro trimestre ainda estão aquém do ideal, o consumo também se tornou motivo de atenção. Até recentemente, as despesas das famílias eram consideradas um sustentáculo da economia e fator decisivo para evitar crise pior. Com o comprometimento da renda pela inflação alta e persistente, o orçamento foi corroído e se tornou cada vez mais apertado. O consumidor ficou seletivo quanto ao que levar para casa e, até mesmo os supermercados e hipermercados, que foram símbolos de pujança, amargam resultados negativos. No ano, o volume de vendas do segmento segue estagnado, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Não teremos um consumo exuberante daqui para frente, as famílias não têm mais condições de se endividar como antes”, avaliou Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor do BC. "O Brasil não tem potencial para crescer entre 3,5% e 4% por ano. Existe uma série de fatores e falhas que precisamos solucionar para alcançarmos uma taxa dessas", explicou. O governo, ao menos no discurso, parece ter acertado no diagnóstico e tenta estimular investimentos e tornar o País mais produtivo por meio de uma série de programas, entre eles, o de concessão de rodovias e portos. Burocracia pública As melhorias dessas estruturas – que diminuiriam custos do setor produtivo, dariam alívio à inflação e permitiriam ao País crescer mais – emperram, porém, na burocracia pública e podem não sair este ano. Para Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, o governo deixou prosperar um ambiente de insegurança e falta de confiança devido à lentidão para resolver problemas e às medidas consideradas intervencionistas. "Com isso, o investidor parou de acreditar no crescimento do País", disse. Enquanto não se resolvem os nós da economia, o governo tenta, com medidas paliativas, turbinar o PIB. Essas ações, entretanto, não têm refletido em números melhores. De acordo com os dados da autoridade monetária, no acumulado do ano, o crescimento do País até abril ficou em 3,43% – resultado que deve cair pelo menos 1 ponto percentual até dezembro. Em 12 meses, a expansão da economia, pelo IBC-Br, ficou em 1,66%. O indicador de atividade do BC, apesar de ser desenvolvido por uma equipe considerada altamente qualificada, recebe críticas constantes do mercado. A avaliação de especialistas é de que os números apresentados pelo IBC-Br estão cada vez mais distantes do desempenho do PIB. Os economistas ponderam ainda que as estatísticas da autoridade monetária se tornaram otimistas demais e sempre se mostram mais robustas do que a realidade.



Fonte: JC

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