Multinacionais acusam a desaceleração no Brasil.

O impacto da desaceleração da economia brasileira já atravessou o Oceano Atlântico. Ao longo das últimas semanas, diversas multinacionais europeias publicaram balanços que revelaram o efeito negativo do quadro macroeconômico no Brasil. Para piorar, a desvalorização do real reduz ainda mais o lucro quando o valor é convertido para o euro. Resultado: filiais brasileiras decepcionaram. "O Brasil teve um resultado mais fraco que o esperado diante de uma surpresa com as dificuldades na economia", disse o presidente da empresa suíça de energia ABB, Joe Hogan. As receitas da filial caíram 44% no segundo trimestre na comparação com igual período de 2012. As demais filiais da região avançaram: a unidade da ABB nos EUA registrou pequena alta de 1% nas vendas e o México teve um salto de 73% no faturamento. "Temos boas oportunidades no setor da construção e na distribuição de energia nos EUA", disse Hogan, ao mostrar que a multinacional aposta mais fichas no norte do continente. Na Alemanha, a fabricante de matérias-primas químicas Basf não detalha números por país, mas mostrou que, entre as filiais das Américas, há duas tendências: desaceleração no Brasil e aceleração nos EUA. "Devido à fraqueza do comércio exterior e da pequena alta no gasto dos consumidores, o crescimento do Brasil foi restrito no primeiro semestre", informou o balanço, que observa que outro emergente que desacelera é a China. Por outro lado, há sinais positivos em economias centrais. "Apesar da política fiscal, os Estados Unidos apresentaram crescimento moderado", informou a companhia, que destaca a reação do Japão. Apesar de manter certo fôlego, balanços mostram que o mercado de automóveis também dá sinais de cansaço no Brasil. Na francesa PSA Peugeot Citroën, o número de carros produzidos no País caiu em 2%, para 61 mil unidades. "Há risco na demanda de curto prazo em mercados-chave: Brasil, Rússia e Turquia", disse o diretor de operações da Renault, Carlos Tavares. Gigantes do setor de alimentos e bens de consumo, como a francesa Danone e a suíça Nestlé, seguem animados com o Brasil. A mesma coisa acontece com grandes varejistas europeus, como os franceses Carrefour e Casino. "Não há desaceleração para nós. Pode até ser que ela venha. Talvez, o que temos agora é um pouco de volatilidade", disse o diretor financeiro da francesa Danone, Pierre-Andre Terisse. A concorrente Nestlé também elogiou o mercado brasileiro. "Na América Latina, o Brasil continua a entregar um alto nível de crescimento orgânico", destacou o balanço. Os supermercados também não têm do que reclamar. No balanço do francês Carrefour, as vendas no Brasil subiram 9,5% no segundo trimestre na comparação com o visto um ano antes. O Casino está ainda mais feliz com o Brasil. A América Latina gerou quase dois terços do lucro operacional do grupo francês no semestre.



Fonte: JC

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