Mercado cobra previsões de Mantega. Para governo, há ‘excesso de
críticas’
As
promessas e previsões não cumpridas feitas pelo ministro da Fazenda, Guido
Mantega, têm afetado a credibilidade da política econômica e afugentado grandes
investidores. Esta é a avaliação de analistas do mercado financeiro, que
teceram críticas ao governo durante o fórum “Perspectivas para 2014: os
desafios de compatibilizar risco e retorno”, em Brasília. Alguns têm oferecido
aos clientes aplicações no exterior para minimizar as incertezas em relação ao
país. Na última reunião de Mantega com economistas do mercado financeiro, há
pouco mais de um mês, ele disse que o problema fiscal era passado. Isso
melhorou as expectativas, mas, na semana passada, o Banco Central divulgou que
o país teve o pior resultado fiscal da história para o mês de outubro. Com
isso, o tom de críticas ao ministro ganhou força. - É uma relação de marido
traído. Você vai confiar de novo? - questiona Renata Barreto, responsável pela
área de oferta de investimentos aos clientes da corretora Gradual, que cita o
efeito negativo dos juros altos sobre investimentos em infraestrutura. Já o
economista-chefe da Gradual, André Perfeito, relaciona os problemas nas contas
públicas à eleição de 2014: - Dilma insiste numa política fiscal que
desorganiza as expectativas com objetivo eleitoreiro. É um erro desnecessário
que ainda vai prejudicar bastante o país - disse. A insatisfação não se
restringe a analistas de mercado. Representantes do setor produtivo cobram um
choque de investimento para impulsionar a economia. - Não é num passe de mágica
que se retoma o crescimento. Precisa aumentar a capacidade de investimento do
setor público e diminuir os gastos. É preciso estimular o investimento privado
- disse o gerente executivo de política econômica da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. Segundo técnicos do Ministério da
Fazenda, há, no momento, um excesso de críticas ao ministro. Na leitura dos
interlocutores de Mantega, o sucesso dos leilões feitos nas últimas semanas é
prova da confiança do investidor internacional no futuro do país. (Colaborou
Martha Beck)
Fonte: O Globo
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