Economistas
de instituições financeiras elevaram a perspectiva para a taxa básica de juros,
a Selic. neste ano a 11%, mas continuam a ver a inflação acima de 6% ao mesmo
tempo em que reduziram a perspectiva de crescimento da economia. A alta de 0,25
ponto percentual na projeção da Selic deste ano, divulgada ontem na pesquisa semanal
Focus do Banco Central, ocorre depois de a autoridade monetária ter destacado a
resistência da inflação acima do esperado. Para a reunião de fevereiro do
Comitê de Política Monetária (Copom), os economistas passaram a ver alta de
0,25 ponto percentual, ante expectativa anterior de manutenção do atual patamar
de 10,5%. Mais uma alta de 0,25 ponto percentual é esperada em dezembro. Na ata
da reunião em que elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto, o BC piorou seu cenário
para a inflação e voltou a reforçar que é "apropriada" a continuidade
do ritmo de ajuste das condições monetárias "ora em curso". Para
2015, a Focus aponta expectativa de que a Selic encerrará a 11,5%, inalterado ante
a semana anterior. No Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam
as projeções nesse período, a mediana das expectativas é de que o juro básico
encerrará 2014 a 11,5%, também sem alterações. Os dados do BC mostram que a
expectativa do Top-5 é de quatro altas de 0,25 ponto percentual, em fevereiro, abril,
outubro e dezembro. Para 2015, a perspectiva do Top-5 foi mantida em 11,5%. Por
outro lado, os economistas reduziram a previsão de crescimento em 2014 a 1,91%,
ante 2% anteriormente. Para 2015, a expectativa de expansão caiu em 0,3 ponto
percentual, a 2,2%.Ainda na Focus, a projeção sobre a expansão da economia em
2013 foi ajustada a 2,25%, ante alta de 2,28% do Produto Interno Bruto (PIB) na
pesquisa anterior.
Inflação
Apesar
da perspectiva de maior aperto monetário, os economistas consultados pelo BC
continuam a ver a inflação pressionada acima de 6% neste ano. A mediana das
projeções aponta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a
6,02%, 0,01 ponto percentual a mais que na pesquisa anterior. Assim, a projeção
permanece perto do teto da meta oficial do governo, que é de 4,5% com margem de
2 pontos percentuais para mais ou menos. O IPCA-15, uma espécie de prévia da
inflação oficial, iniciou o ano desacelerando, com alta de 0,67% em janeiro,
mas o resultado não foi suficiente para aliviar o cenário de pressão sobre os
preços nem a espera de mais aperto monetário. Para 2015, a perspectiva para o
IPCA foi elevada em 0,1 ponto percentual, a 5,7%. Já para a inflação nos
próximos 12 meses, por sua vez, a perspectiva foi ajustada a 5,99%, contra
5,98% na pesquisa anterior.
Setor externo
Na
área externa, mesmo com as projeções para o câmbio sofrendo poucas alterações nos
próximos anos, os analistas revelaram que estão descrentes em relação ao
otimismo demonstrado pelo BC nos últimos dias. Para a balança comercial, a expectativa
de superávit deste ano voltou a ser reduzida, de US$ 9,1 bilhões a US$ 8
bilhões. Crucial para a composição das transações correntes do País, a
perspectiva para a balança contaminou as previsões apresentadas na Focus para o
déficit em conta corrente. De acordo com o levantamento, o rombo deste ano deve
ser de US$ 73 bilhões.
Fonte: JC
Nenhum comentário:
Postar um comentário